EUA e Ucrânia acertam termos de acordo sobre metais de terras raras

Os Estados Unidos e Kiev fecharam um acordo sobre a exploração de metais de terras raras na Ucrânia e garantias de segurança para o país europeu, em meio à ofensiva russa e às negociações para um possível cessar-fogo.

Uma fonte de Kiev informou à imprensa internacional que o acordo foi finalizado após ajustes no texto. “Tudo o que era inaceitável foi retirado, e agora está mais claro como esse acordo contribuirá para a segurança e a paz da Ucrânia”, declarou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve viajar a Washington para se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, possivelmente na próxima sexta-feira, 28. Trump confirmou a possibilidade do encontro.

“Ouvi dizer que ele vem na sexta. Certamente está tudo bem para mim se ele quiser, e ele gostaria de assinar comigo”, disse a repórteres.

Trump destacou a relevância do acordo, sugerindo que pode envolver cifras bilionárias. “Entendo que isso é um grande negócio, um grande negócio. E eu acho que o povo americano (…) está muito feliz, porque, você sabe, Biden estava jogando dinheiro por aí como se fosse algodão doce [na guerra da Ucrânia], e é um grande negócio. Pode ser um acordo de um trilhão de dólares”, afirmou.

As terras raras da Ucrânia contêm minerais essenciais para as indústrias de tecnologia e defesa. O acordo é considerado estratégico para manter os EUA próximos e faz parte do chamado “plano da vitória” contra a Rússia.

Nos últimos dias, Trump pressionou Kiev a assinar o tratado, cujos detalhes ainda não foram divulgados. A reunião ocorre após uma recente troca de acusações entre os líderes.

Na semana passada, Trump chamou Zelensky de “ditador sem eleições” e sugeriu que ele fechasse logo um acordo, ou ficaria “sem um país”.

O presidente ucraniano reagiu, acusando Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas da Ucrânia em troca do apoio americano e afirmando que não poderia “vender o próprio país”.

O contexto inclui ainda uma recente aproximação entre Rússia e EUA. Autoridades dos dois países se reuniram na Arábia Saudita para discutir a guerra sem a presença da Ucrânia.

Analistas apontam que Trump tem adotado um discurso mais favorável à Rússia. O presidente americano também sugeriu que o acordo sobre terras-raras seria uma forma de os EUA recuperarem os recursos investidos na guerra.

Durante um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, na Casa Branca, na segunda-feira, 24, Trump afirmou que a Europa estava recebendo de volta o dinheiro enviado à Ucrânia.

Ele também disse que os EUA forneceram mais recursos ao país do que a Europa. Macron desmentiu ambas as declarações logo em seguida.