PF indicia Juscelino Filho por suspeita de corrupção e organização criminosa em contratos da Codevasf

Ministro das Comunicações, Juscelino Filho — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de participação em organização criminosa e pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, relacionados ao desvio de recursos em contratos de pavimentação financiados com dinheiro público da estatal federal Codevasf.

As suspeitas envolvem irregularidades em obras realizadas em Vitorino Freire, no Maranhão — cidade governada por Luanna Rezende, irmã de Juscelino — e amparada por emendas parlamentares indicadas pelo ministro, no período em que atuou como deputado federal, ou seja , antes de 2023.

Segundo apuração da Controladoria-Geral da União (CGU), uma das obras teria beneficiado propriedades pertencentes à família de Juscelino.

O relatório final do caso foi enviado para o ministro Flávio Dino, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação teve início a partir de suspeitas de desvio de recursos públicos em obras da Codevasf, especialmente as realizadas pela empresa Construservice, cujo sócio oculto, aponta a PF, é o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP.

Juscelino virou alvo da PF após a corporação encontrar mensagens entre ele e Eduardo no celular do empresário apreendido na primeira fase da Operação Odoacro.

Essas mensagens mostram diálogos sobre a execução de obras e a destinação das emendas.

As investigações da PF sobre a atuação da Construservice em contratos da Codevasf ganharam força a partir de reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo em maio de 2022.

Na ocasião, o jornal revelou que a empreiteira chegou a aparecer como vice-líder em licitações da Codevasf e usou laranjas para participar de concorrências públicas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As mensagens analisadas no inquérito, segundo relatório da PF, reforçam a “atuação criminosa de Juscelino Filho” e demonstram que a “sua função na Orcrim [organização criminosa] era conhecida por todos os membros” do suposto grupo chefiado por Eduardo DP.

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