Pacheco entrega a Lula proposta para resolver dívida de MG; Zema fica ainda mais isolado

Presidente Lula se reúne com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar da dívida do estado de Minas Gerais — Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu, nesta terça-feira (21), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto para entregar o esboço de sua proposta para resolver a dívida de R$ 160 bilhões do estado de Minas Gerais com a União.

O documento foi entregue em reunião (foto) que também contou com a presença dos ministros Rui Costa, da Casa Civil, Fernando Haddad, da Fazenda, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia, além do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite (MDB).

O gesto aumenta ainda mais o isolamento do governador do Estado, Romeu Zema (Novo), nesse processo.

Ontem (20), Zema foi a Brasília e tentou conversar com Lula sobre sua proposta que tramita na Assembleia, sob forte resistência de deputados estaduais e servidores públicos, mas não foi recebida pelo presidente.

Pacheco disse que Lula encarregou Haddad de fazer um estudo técnico sobre a proposta apresentada por ele, e que uma reunião foi marcada para esta quarta-feira (22), no Senado, para que possa ser apresentada ao governador mineiro e sua equipe.

O senador, que tem sua base eleitoral em Minas Gerais, entrou nesse processo na semana passada para servir de interlocutor entre os governos federal e estadual, na ausência de diálogo entre Zema e Lula.

Proposta de Pacheco para dívida de Minas

Pacheco quer o abatimento da dívida em três frentes diferentes: créditos judiciais que Minas Gerais tem a receber da União, estimados em cerca de R$ 10 bilhões; a federalização de empresas mineiras como a Codemig, estatal que explora nióbio, e da Cemig, estatal de energia elétrica; e a destinação, para a União, de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões que o governo de Minas receberá pelo repactuação do acordo com a Samarco pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015 — nesse caso, o governo federal se comprometeria a investir os recursos no estado.

Por outro lado, o regime de recuperação fiscal proposto por Zema prevê a privatização de estatais e regras para conter gastos — a menos popular delas é a previsão de reajustar os salários dos servidores públicos em 3% apenas duas vezes em nove anos.

Segundo Pacheco, a diferença entre as propostas está entre “solucionar o problema ou empurrar para frente” uma dívida que pode chegar a R$ 210 bilhões em nove anos.

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