Planalto e Tebet negam interferência de Lula em empréstimo do CAF à Argentina

Presidente Lula e seu homólogo argentino, Alberto Fernández — Foto: Divulgação

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República divulgou nota, nesta quarta-feira (4), em que nega que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha pressionado a ministra do Planejamento, Simone Tebet, a votar a favor de um empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina por meio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

A informação havia sido divulgada na manhã de hoje pela jornalista Vera Rosa, em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo.

O objetivo, segundo o veículo de mídia, seria facilitar a renegociação da dívida do país vizinho com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso ajudaria a impulsionar a candidatura do governista Sergio Massa, apoiado pelo presidente Alberto Fernández, aliado do petista.

O Brasil tem apenas 8% de participação no banco. Tebet é a representante do país no CAF. Ela também negou publicamente que tenha sido pressionada por Lula a colocar o empréstimo para análise dos demais integrantes do banco:

Despachei com minha secretária encarregada, que disse que os demais países votariam a favor — disse a ministra.

A chefe da pasta do Planejamento reafirmou a posição durante audiência na Câmara dos Deputados, destacando que não há dinheiro brasileiro nas operações da instituição financeira. Assista abaixo:

Segundo o comunicado da Secom, o empréstimo feito pelo CAF foi autorizado após a Argentina apresentar pedido à instituição, que convocou os países acionistas para analisar a proposta.

A liberação dos recursos foi aprovada no dia 28 de julho por 19 dos 21 votos possíveis.

A operação foi discutida em uma reunião virtual extraordinária onde houve uma “reflexão sobre a possibilidade da América Latina e Caribe, por meio da instituição financeira [CAF], poder reagir de maneira ágil e efetiva, com espírito de urgência e espírito de solidariedade e confiança, à necessidade de um país acionista”.

Ainda de acordo com a Secom, em 25 de agosto, a Argentina quitou o débito com cinco dias de antecedência.

Você pode gostar...