AGU entra com ação contra Alexandre Garcia por fake news sobre barragens e enchentes no RS após ciclone

Alexandre Garcia durante programa da Revista Oeste — Foto: Reprodução/YouTube

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, anunciou neste domingo (10), em seu perfil no X (ex-Twitter), que determinou a abertura de procedimento contra o jornalista Alexandre Garcia e sua “campanha de desinformação” sobre a destruição causada pela passagem de um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul.

Garcia, durante participação no programa “Oeste Sem Filtro“, da Revista Oeste, sugeriu que comportas de barragens construídas por governos petistas no estado foram abertas de propósito para inundar as cidades gaúchas.

Recebo notícias hoje de manhã, de que é preciso investigar que não foi só a chuva. A chuva foi a causa original, mas em governos petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada parecida com aquelas que acontecem perto da Chapada dos Veadeiros, que mata as pessoas. Então, é preciso investigar isso também (…) Há uma causa além das chuvas — disse o jornalista.

Essa teoria conspiratória vem circulando nas redes sociais desde o início da semana passada. Após questionamentos feitos pela Prefeitura de Bento Gonçalves, a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul emitiu nota informando que as barragens citadas não possuem comportas:

No caso das barragens da Ceran, não existem comportas, em especial nas atingidas pelo evento climático. A estrutura do vertedouro é do tipo soleira livre, ou seja, a água excedente passa por cima do barramento, não tendo ocorrido, durante o temporal, nenhuma abertura mecânica. As equipes da Fepam e da Sema estão em contato com a empresa e já solicitaram informações e relatórios sobre o caso.

As barragens em questão não são “administradas pelo governo petista”, como afirmam postagens nas redes, mas pela Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), que tem como acionistas a CPFL (65%), a Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica – CEEE-G (30%) e a Statkraft Energias Renováveis S.A. (5%).

Situação no RS

O balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul na manhã desta segunda-feira (11) aponta que 46 pessoas já morreram devido às fortes chuvas e outras 46 ainda estão desaparecidas. São 4,7 mil desabrigados e 20,4 mil desalojados.

Ajuda federal

O governo Lula anunciou o repasse de R$ 741 milhões às cidades atingidas pelas chuvas no estado.

O montante será utilizado para a reconstrução de moradias, pavimentação de ruas, recuperação de estradas e limpeza, aquisição de alimentos para os moradores, reconstrução de hospitais e compra de remédios para a população, obras viárias após a destruição das estradas nos municípios afetados, entre outros.

A administração federal também determinou o pagamento de um auxílio de R$ 800 que começa a ser repassado nesta segunda-feira (11) às prefeituras das cidades atingidas. O valor será dividido em duas parcelas de R$ 400.

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