MG também se beneficia dos recursos para o Nordeste, diz Sudene

Danilo Cabral, superintendente da Sudene — Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

O chefe da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, avalia que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi infeliz ao apostar na politização das diferenças regionais e lembrou que o norte mineiro se beneficia dos mesmos incentivos que o Nordeste recebe para diminuir as desigualdades:

Minas é parte da Sudene também. Nós temos 250 municípios. Depois da Bahia, é o estado que mais tem presença dentro da Sudene.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Zema defendeu que o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) busque protagonismo político e econômico para evitar “perdas” ante outras regiões do país.

O norte de Minas e do Espírito Santo fazem parte da área de abrangência do órgão, além dos nove estados do Nordeste.

Cabral lembra que, até agora, R$ 300 milhões foram investidos na região norte de Minas, fruto dos incentivos fiscais que a Sudene concede às empresas no estado:

Ou seja, de certa forma ele faz uso, na região norte de Minas, nesse conjunto de municípios, dos mecanismos de incentivos que, de alguma forma, ajudam a reduzir a desigualdades naquela região.

Cabral defende que os estados de Sul e Sudeste se organizem em consórcios, como o Nordeste fez:

Eu acho que seria oportuno que eles constituíssem”, diz. “Agora, isso não pode ser colocado sob um viés de uma tese que inclusive foi derrotada nas urnas, que é essa questão da divisão do país. Eu acho que a gente já pagou um preço caro pela intolerância, pelo preconceito, pelas agressões que nós tivemos sobretudo nos últimos quatro anos.

Para Danilo Cabral, o momento é de desarmar: “Eu acho que foi o governador foi muito infeliz ao apostar numa politização no fim do tema das desigualdades regionais“.

Entrevista para o jornal Folha de S.Paulo (07/08/2023).

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