Lula sanciona lei que autoriza ozonioterapia como tratamento complementar

Ozonioterapia — Foto: iStock/Getty Images

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que autoriza a “ozonioterapia” em todo o território nacional. O texto foi publicado na edição desta segunda-feira (7) do Diário Oficial da União (DOU).

A técnica consiste na aplicação de oxigênio e ozônio diretamente na pele ou no sague do paciente, na tentativa de conter infecções ou aumentar a oxigenação do tecido.

O procedimento foi alvo de polêmicas durante a pandemia de Covid-19. Isso porque a técnica chegou a ser recomendada pelo prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), mesmo sem ter eficácia comprovada contra o coronavírus.

Pela lei, a ozonioterapia fica autorizada como procedimento de caráter complementar, nas seguintes condições: 

  • sendo realizada por profissional de saúde com nível superior e inscrito no conselho de fiscalização;
  • sendo aplicada por equipamento de produção de ozônio medicinal regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A lei determina ainda que o paciente seja informado do caráter complementar do tratamento.

Procedimento controverso

O Senado aprovou a lei que autoriza a ozonioterapia em julho. Cinco dias após a aprovação, a Academia Nacional de Medicina (ANM) divulgou uma carta aberta ao presidente Lula pedindo veto ao projeto. 

A ANM afirmou que não tinha conhecimento de trabalhos científicos que comprovassem a eficácia da terapia com ozônio em nenhuma circunstância. O órgão alertou ainda que a prática poderia trazer riscos à saúde. 

No ano passado, a Anvisa também divulgou uma nota técnica com os riscos da utilização indevida do procedimento. À época, a agência autorizava a terapia para tratamentos odontológicos e com fins estéticos. 

Clínicas de estética têm realizado a ozonioterapia com a promessa de resultados para retardar o envelhecimento. No entanto, não há comprovações científicas sobre isso.

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