Pedro Lucas rejeita assumir Ministério das Comunicações e agradece convite feito por Lula

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA) recusou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o comando do Ministério das Comunicações.

A decisão foi comunicada após uma reunião com a direção do partido.

Em nota, o parlamentar afirmou: “Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados.

Ele acrescentou: “A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil.

Ele também agradeceu a Lula pelo “honroso convite”. “A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida”, afirmou.

O nome de Pedro Lucas passou a ser cotado após a saída de Juscelino Filho, ex-ministro da pasta, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 por suspeitas de irregularidades envolvendo emendas parlamentares. Desde então, o ministério está sem comando.

Dois dias depois, no dia 10, Lula se reuniu com Pedro Lucas e integrantes da articulação política em um jantar no Palácio da Alvorada.

Na saída, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o deputado havia aceitado o convite, mas que pediria um tempo para consultar a bancada. No entanto, já naquele momento o parlamentar demonstrava hesitação.

No dia seguinte, usou as redes sociais para indicar que ainda não havia tomado uma decisão final.

Segundo interlocutores, desde a semana passada ele já sinalizava a aliados que pretendia permanecer na Câmara.

A comunicação oficial ao governo, porém, foi adiada por causa da semana legislativa esvaziada, com sessões interrompidas devido aos feriados.

Nos bastidores, o principal motivo para a recusa foi a disputa interna pela liderança do União Brasil na Câmara.

Pedro Lucas foi eleito líder no início do ano em um processo marcado por tensões e concorrência acirrada.

À época, parlamentares acusaram o presidente nacional do partido, Antonio Rueda, de interferir na escolha em favor de seu aliado.

A avaliação dentro da legenda é que, ao deixar o cargo, Pedro Lucas abriria caminho para que um deputado da ala oposta a Rueda assumisse a liderança, o que poderia enfraquecer sua influência.

O posto é estratégico, principalmente na articulação de pautas e na distribuição de emendas parlamentares.

Antes do anúncio oficial, circulou entre jornalistas uma nota atribuída a Rueda em que ele confirmava a recusa do ministério e afirmava que o partido continuaria na base do governo, devendo indicar um novo nome.

No entanto, a autenticidade da mensagem não foi confirmada pelo União Brasil.

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