Presidente do Líbano diz que pretende desarmar o Hezbollah neste ano

Presidente do Líbano, Joseph Aoun - Foto: Bilal Hussein/AP

O presidente do Líbano, Joseph Aoun, afirmou nesta quarta-feira, 16, que espera desarmar o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã, ainda neste ano, após uma operação militar israelense que enfraqueceu significativamente a organização terrorista.

Esperamos que as armas do Hezbollah sejam retiradas ou que sua posse seja restrita ao estado em 2025, e é por isso que estou lutando”, disse Aoun, que recebe apoio dos Estados Unidos, em entrevista ao Al-Araby Al-Jadeed.

O Hezbollah foi formado após a invasão israelense no Líbano no início dos anos 1980 e cresceu, tornando-se uma força política e militar poderosa, rivalizando dentro do próprio Líbano. O grupo resiste há anos aos apelos para o desarmamento.

Quanto aos integrantes do Hezbollah, eles são, em última análise, libaneses. Se quiserem se juntar ao exército, podem passar por cursos de absorção”, afirmou Aoun, acrescentando que o grupo não terá permissão para atuar como uma unidade distinta dentro das Forças Armadas libanesas.

Ele destacou que todo o processo precisa ocorrer por meio do diálogo. “Queremos retirar as armas do Hezbollah, mas não queremos inflamar uma guerra civil”, explicou.

Especialistas sugerem que, embora o Hezbollah prefira manter suas armas, os ataques israelenses e a pressão do governo libanês podem tornar possível o que antes parecia impensável.

Antes do conflito com Israel no ano passado, o Hezbollah era amplamente considerado um grupo armado não-estatal, com dezenas de milhares de mísseis e uma força militar bem treinada.

Aoun disse que o governo ainda não discutiu o assunto com o Hezbollah, mas destacou que o presidente do Parlamento, Nabih Berri, um aliado do grupo, “está em pleno acordo” com a ideia de que o Estado deve deter o monopólio das armas.

Berri foi mediador nas negociações do ano passado entre o Hezbollah e os EUA, que resultaram no cessar-fogo com Israel.

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