Israel e Hamas fecham acordo para cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns
Israel e Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, 15, com a previsão de que o tratado entre em vigor no próximo domingo, 19.
Este é o segundo cessar-fogo assinado entre as duas partes desde o início da guerra na região, que começou em outubro de 2023, após um ataque do grupo terrorista Hamas ao território sul de Israel. No entanto, a proposta desta vez visa a aplicação de medidas que busquem o fim total do conflito de maneira gradual.
O acordo prevê a libertação dos cerca de cem reféns ainda sob controle do Hamas, a retirada das tropas israelenses de Gaza, planos para o futuro do território e a soltura de palestinos presos em Israel.
Na primeira etapa, 33 reféns mantidos pelo Hamas serão liberados e devolvidos a Israel.
O cessar-fogo foi anunciado em Doha pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, cujos esforços de mediação contaram com o apoio de Egito e Estados Unidos.
Durante o anúncio oficial, Abdulrahman pediu que todas as partes cumpram os termos acordados e apelou por calma em Gaza até o início do cessar-fogo no domingo.
O presidente dos EUA, Joe Biden, publicou um comunicado celebrando o acordo, mencionando que ele envolve uma proposta apresentada por ele em maio de 2024, que foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.
“Mesmo enquanto celebramos esta notícia, lembramos todas as famílias cujos entes queridos foram mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, e as muitas pessoas inocentes que perderam a vida na guerra que se seguiu. Já passou da hora de os combates terminarem e de o trabalho de construir a paz e a segurança começar”, declarou.
O Hamas, por sua vez, classificou o acordo como uma grande vitória, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que a prioridade agora será aliviar o sofrimento causado pelo conflito.
Antes mesmo do anúncio oficial, e diante de notícias de que o acordo havia sido fechado, centenas de pessoas saíram às ruas de Tel Aviv, em Israel, e na Faixa de Gaza para celebrar. Assista abaixo:
O caminho até este cessar-fogo foi marcado por tentativas frustradas de negociações. Durante mais de um ano, as conversações enfrentaram diversos obstáculos, especialmente em relação à devolução dos reféns.
A poucos minutos do anúncio, surgiram ameaças de que o acordo poderia fracassar, quando o Hamas impôs novas exigências relacionadas ao corredor de Filadélfia, a zona fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito.
Esse corredor se tornou um dos pontos mais controversos. O Hamas exige sua libertação total, já que os moradores de Gaza só podem atravessar a fronteira com autorização de Israel.
Por outro lado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende o controle do corredor como forma de evitar o contrabando de armas do Egito para Gaza.