Lula afaga Forças Armadas, cita ‘Xandão’ e minimiza ausências em discurso nos dois anos dos atos de 8 de Janeiro

Durante um evento em memória dos dois anos dos atos de 8 de Janeiro, realizado nesta quarta-feira, 8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de acenar aos comandantes das Forças Armadas.

Destacando a presença de militares na cerimônia, o petista enfatizou a importância de ter as Forças “voltadas para o propósito de defender a soberania nacional”.

No discurso, o presidente também mencionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chamou de “Xandão”. O magistrado é o relator das ações contra os envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe. Os responsáveis pelo 8 de Janeiro serão investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram. Todos. Inclusive os que planejaram os assassinatos. Terão amplo direito de defesa e presunção de inocência”, declarou o presidente.

Assim como Lula, Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin também foram alvos de um plano de assassinato em 2022. A trama, revelada por investigações da Polícia Federal (PF), resultou no pedido de indiciamento de 40 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares.

Ao abordar os ataques à democracia, o petista fez uma menção ao filme “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles, que narra a luta da família Paiva após a prisão e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a Ditadura Militar. Inspirado pelo longa, ele afirmou:

Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: Ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 2023. Estamos aqui para dizer em alto e bom som: ditadura nunca mais. Democracia sempre.

A cerimônia contou com a presença de parlamentares, ministros do Supremo como Moraes e Edson Fachin, além da maioria da equipe ministerial.

Lula determinou que mesmo os ministros de Estado em férias retornassem a Brasília para participar. Já os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), enviaram representantes, mas não compareceram pessoalmente.

O evento também incluiu simbolismos marcantes, como o recebimento de 21 obras de arte restauradas, danificadas durante os atos bolsonaristas, e o gesto intitulado “Abraço da Democracia”, realizado por autoridades de mãos dadas na Praça dos Três Poderes.

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