Chefe das forças de proteção nuclear da Rússia morre em explosão reivindicada pela Ucrânia
Um artefato explosivo escondido em um patinete elétrico matou o tenente-general Igor Kirillov (foto, à esquerda), comandante das Forças de Proteção Nuclear, Biológica e Química da Rússia, e seu assistente, na manhã desta terça-feira, 17, em Moscou.
A explosão ocorreu em frente a um prédio residencial localizado na Avenida Ryazansky, uma via situada cerca de 7 km a sudeste do Kremlin, segundo informações do Comitê de Investigação da Rússia.
“Um artefato explosivo colocado em um patinete estacionado próximo à entrada de um edifício residencial foi ativado na madrugada de 17 de dezembro, na Avenida Ryazansky, em Moscou“, informou o comitê em comunicado.
A agência estatal russa Tass relatou que a bomba, ativada à distância, continha cerca de 300g de TNT.
Imagens divulgadas em canais russos do Telegram e pela mídia local mostram a entrada do prédio gravemente danificada, com destroços espalhados pelo chão, janelas de vários apartamentos quebradas e dois corpos caídos na neve manchada de sangue.
Fotos da Reuters registraram o local isolado por cordões policiais enquanto investigadores analisavam as circunstâncias do incidente.
Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) confirmou à agência Reuters que a inteligência ucraniana está por trás do ataque.
“A liquidação do chefe das tropas de proteção radiológica e química da Federação Russa é obra do SBU”, disse a fonte.
Este ataque é o primeiro que teve como alvo direto uma autoridade russa desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Kirillov, que ocupava o cargo desde abril de 2017, liderava as forças russas que atuam em condições de contaminação radioativa, química e biológica.
No dia anterior ao ataque, promotores ucranianos haviam acusado Kirillov à revelia de usar armas químicas proibidas no conflito no leste europeu, segundo o Serviço de Segurança de Kiev.
O SBU afirma ter registrado mais de 4.800 usos de armas químicas no campo de batalha desde fevereiro de 2022, especialmente granadas de combate K-1.
Em maio, o Departamento de Estado dos Estados Unidos também acusou a Rússia de utilizar cloropicrina, um gás asfixiante proibido usado pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, contra tropas ucranianas.
Além disso, em outubro deste ano, o Reino Unido havia sancionado Kirillov e suas tropas por suposto envolvimento no uso de agentes químicos tóxicos, incluindo a cloropicrina, no campo de batalha.
O general também foi sancionado por Canadá e outros países devido ao seu papel na guerra na Ucrânia. A Rússia nega todas as acusações relacionadas ao uso de armas químicas.
O Comitê de Investigação da Rússia, responsável por casos de alta importância no país, anunciou a abertura de um processo criminal pelo assassinato dos dois militares.