Dólar fecha a R$ 6,09 e renova recorde mesmo com leilões do BC para frear alta

Foto: Lee Jae-Won/Reuters

O dólar registrou forte alta nesta segunda-feira, 16, alcançando R$ 6,09 e marcando um novo recorde nominal, enquanto os investidores continuam atentos ao cenário fiscal do país. Desde o início do pregão, a moeda operou em alta, impulsionada por um ambiente de maior aversão ao risco no mercado.

Apesar de uma intervenção do Banco Central (BC), que realizou um leilão extra além do programado para tentar conter a valorização, o dólar voltou a ganhar força no final da manhã e ao longo da tarde.

Na sexta-feira, 13, o BC já havia anunciado um leilão de até US$ 3 bilhões com compromisso de recompra. Essa modalidade, conhecida como “leilão de linha”, funciona como um “empréstimo” de dólares da autoridade monetária às instituições financeiras, ajudando a injetar liquidez no mercado.

O BC também realizou um leilão à vista, no qual vendeu US$ 1,63 bilhão diretamente ao mercado, sem compromisso de recompra. Essa operação representou a maior intervenção do BC no mercado à vista desde 2020.

Na prática, essas medidas visam aumentar a oferta de dólares para atender à crescente demanda e, com isso, tentar pressionar a cotação para baixo.

Enquanto isso, as atenções do mercado continuam voltadas para o noticiário doméstico, especialmente em relação às preocupações com o enfraquecimento do pacote fiscal do governo no Congresso Nacional.

Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o tema e avaliar as alterações realizadas pelo Senado no texto da reforma tributária.

Além do cenário político, os investidores acompanham uma semana repleta de eventos econômicos importantes. Entre os destaques do dia, o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, mostrou que analistas financeiros preveem juros mais altos nos próximos anos e projetam uma inflação acima do esperado para 2024 e 2025.

Outros eventos relevantes incluem a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para terça-feira, e a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sobre as taxas de juros americanas. Na quinta-feira, será apresentado o relatório trimestral de inflação.

No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda, refletindo o clima de cautela dos investidores.

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