Parlamento da Alemanha aprova moção de desconfiança contra o chanceler Olaf Scholz
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz (foto), perdeu nesta segunda-feira, 16, o voto de confiança no Parlamento, confirmando um desfecho já esperado.
O resultado abriu caminho para a antecipação das eleições alemãs, agora marcadas para fevereiro, devido à ruptura da coalizão governista liderada por Scholz.
Em regimes parlamentaristas ou semiparlamentaristas, como o da Alemanha, o voto de confiança é utilizado pelos parlamentares para reavaliar a capacidade de um governo em conduzir o país.
Com a aprovação do pedido, caberá ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, decidir se dissolve o Bundestag, a Câmara dos Deputados, que possui 736 assentos.
Este é o primeiro voto de confiança realizado na Alemanha desde 2005, quando o então chanceler Gerhard Schröder perdeu a moção como parte de uma estratégia para antecipar eleições.
Naquele ano, o pleito resultou em uma vitória apertada da desafiante de centro-direita Angela Merkel.
Atualmente, as pesquisas indicam que o partido de Scholz, os Social-Democratas (SPD), que ocupa 207 cadeiras no Bundestag, está atrás do bloco de centro-direita da União, liderado pelo opositor Friedrich Merz.
Além disso, o vice-chanceler Robert Habeck, dos Verdes, também está concorrendo ao cargo, embora seu partido tenha índices ainda mais baixos nas sondagens.
Outro destaque é o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que, apesar de ter uma boa colocação nas pesquisas, enfrenta rejeição generalizada. Sua candidata a chanceler, Alice Weidel, tem poucas chances, já que os outros partidos se recusam a formar alianças com a legenda.
Crise Política
A crise política que culminou no colapso do governo Scholz começou em novembro, quando o chanceler demitiu o ministro das Finanças, um político liberal, devido a divergências sobre a política econômica.
A demissão provocou uma reação em cadeia: os demais ministros liberais abandonaram seus cargos, deixando a coalizão — formada por social-democratas, ecologistas e liberais — sem maioria no Parlamento.
Com o cenário de instabilidade, a Alemanha se prepara para uma disputa eleitoral que pode redesenhar o futuro político do país.