Israel plantou explosivos em pagers comprados pelo Hezbollah, dizem autoridades americanas

Câmera de segurança flagra momento em que pager de membro do Hezbollah explode em Beirute, no Líbano — Foto: Reprodução/Redes sociais

Israel foi o responsável pelas explosões de pagers (assista abaixo) que resultaram na morte de nove pessoas e deixou outras 2.750 feridas no Líbano nesta terça-feira, 17, conforme revelaram ao The New York Times fontes americanas familiarizadas com o assunto.

O governo israelense, até o momento, não fez comentários sobre o ataque, enquanto a Casa Branca afirmou não ter tido conhecimento prévio do ocorrido. Entre os afetados, centenas perderam a visão, e muitas vítimas sofreram amputações como consequência das explosões.

As autoridades, que preferiram manter o anonimato, relataram ao jornal americano que explosivos foram inseridos nos pagers por Israel antes de sua chegada ao Líbano, onde seriam usados por membros do Hezbollah.

Os dispositivos foram escolhidos pelo grupo terrorista por sua dificuldade de rastreamento e interceptação.

Segundo as fontes, o Hezbollah adquiriu mais de 3.000 pagers de uma empresa taiwanesa chamada Gold Apollo. Israel teria implantado cerca de 50 gramas de explosivos nos aparelhos, além de um mecanismo que permitia a ativação remota.

As bombas foram acionadas após os pagers receberem uma mensagem que simulava uma comunicação interna do Hezbollah, mas, na verdade, ativava os explosivos.

Antes da detonação, os dispositivos emitiram um som por alguns segundos, aparentemente para garantir que alguém estivesse próximo no momento da explosão.

Embora o Hezbollah tenha responsabilizado Israel pelo ataque, o grupo não ofereceu detalhes sobre a execução da operação, iniciando uma investigação interna sobre o que chamou de “maior falha de segurança” de sua história recente.

No passado, Tel Aviv já utilizou a detonação de telefones celulares como tática para eliminar rivais.

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