Legisladores de Israel rejeitam dissolução do Parlamento do país em vitória para Netanyahu

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu - Foto: Pool via AP

(OHF) – O Parlamento de Israel, conhecido como Knesset, rejeitou na manhã desta quinta-feira, 12 (horário local), uma votação preliminar que visava sua dissolução.

A medida poderia levar à antecipação das eleições, nas quais, segundo pesquisas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu seria derrotado.

A proposta foi barrada por 61 votos contra e 53 a favor.

A rejeição representa um respiro para a coalizão governista de Netanyahu, que tenta contornar sua crise política mais aguda desde o início da guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

O estopim da crise é um novo projeto de lei sobre o serviço militar obrigatório. Embora o alistamento seja exigido de todos os israelenses, estudantes ultraortodoxos são tradicionalmente isentados — um ponto de discórdia dentro da própria base aliada de Netanyahu.

Partidos religiosos pressionam pela manutenção das isenções, enquanto outros aliados exigem o fim desse privilégio.

Tenho o prazer de anunciar que, após longas discussões, chegamos a um acordo sobre os princípios nos quais o projeto de lei se baseará“, declarou Yuli Edelstein, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Knesset.

A guerra em Gaza acentuou o debate. Com mais de 400 soldados mortos desde o início da ofensiva — o maior número de baixas em campo de batalha em décadas —, as Forças de Defesa de Israel (IDF) enfrentam sobrecarga.

O clamor público por mais equidade no recrutamento cresceu, e as isenções aos ultraortodoxos passaram a ser vistas com crescente indignação.

Enquanto isso, facções religiosas ameaçam votar com a oposição em novas tentativas de dissolução do Parlamento, caso o impasse não seja resolvido. As próximas eleições estão marcadas apenas para o fim de 2026.

É mais urgente do que nunca substituir o governo Netanyahu, especialmente este governo tóxico e prejudicial“, afirmou Merav Michaeli, parlamentar do Partido Trabalhista. “É urgente acabar com a guerra em Gaza, trazer todos os reféns de volta, reconstruir e curar o Estado de Israel“, completou.

A pressão sobre Netanyahu aumentou desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e resultou no sequestro de 251 reféns levados para Gaza. O episódio abalou a confiança pública na segurança nacional e afetou diretamente a popularidade do premiê.

Em resposta, a ofensiva israelense já deixou quase 55 mil mortos em Gaza, segundo autoridades de saúde do grupo terrorista. O território está em ruínas, com mais de dois milhões de pessoas deslocadas e enfrentando uma grave crise humanitária.

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