Na estreia de Ancelotti, Brasil não empolga, cria pouco e empata com Equador

A Seleção Brasileira empatou em 0 a 0 com o Equador na estreia de Carlo Ancelotti, nesta quinta-feira, 5, em Guayaquil, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

A partida revelou uma equipe com nova proposta no meio-campo, mas ainda sem fluência ofensiva, evidenciando o trabalho que o técnico italiano terá para desenvolver o setor de ataque.

Ancelotti teve pouco tempo de preparação: apenas dois treinos com o elenco completo desde a apresentação em São Paulo.

Ainda assim, promoveu mudanças no desenho tático. Optou por um 4-3-3 com Casemiro centralizado, Gerson à esquerda e Bruno Guimarães à direita, apostando em maior presença no meio.

Casemiro deu estabilidade defensiva, mas a construção ofensiva foi travada. Gerson tentou se movimentar entrelinhas, mas com pouca efetividade.

Na frente, Estêvão atuou pela direita, Vini Jr pela esquerda e Richarlison como referência central. A formação tradicional teve dificuldades de aproximação.

Estêvão, em sua primeira partida como titular, rendeu pouco. Richarlison perdeu diversas jogadas por erros técnicos e por estar sempre cercado por marcadores.

Já Vini Jr, embora sem repetir seu desempenho pelo Real Madrid, participou das duas melhores chances brasileiras.

Uma delas surgiu no segundo tempo, quando Vini foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. Após um corta-luz de Gerson, Casemiro finalizou fraco, facilitando a defesa de Valle.

No primeiro tempo, Gerson também desperdiçou boa oportunidade ao não chutar de primeira dentro da área.

O Brasil cresceu aos poucos no jogo, mas continuou pouco incisivo.

O Equador foi superior nos primeiros 20 minutos, mas não criou chances claras. No segundo tempo, logo na volta do intervalo, o técnico Beccacece colocou o veloz Preciado em campo.

Ancelotti respondeu só aos 18 minutos, substituindo Richarlison e Estêvão por Matheus Cunha e Martinelli. A terceira troca foi a entrada de Andrey Santos no lugar de Gerson, mantendo a estrutura.

O lateral Vanderson teve dificuldades defensivas, com falhas de posicionamento ao lado de Marquinhos.

O setor direito foi constantemente explorado pelos equatorianos, revelando mais um ponto de atenção para Ancelotti.

Na zaga, Alexsandro se destacou positivamente com boa leitura nas bolas paradas e passes verticais. No ataque, porém, o time seguiu sem intensidade.

O Equador manteve a posse, mas também ofereceu pouco perigo — com finalizações de longe, bem defendidas por Alisson.

O empate levou o Brasil aos 22 pontos, mantendo-se na quarta colocação. Foi ultrapassado pelo Paraguai, mas passou o Uruguai na tabela.

O próximo compromisso da seleção é contra os paraguaios, terça-feira, 9, às 21h45, na Neo Química Arena, em São Paulo.

Raphinha, que cumpriu suspensão, estará de volta. Resta saber se o destaque do Barcelona — cotado até para a Bola de Ouro — pode dar mais poder ofensivo à equipe.

O empate sem gols não é um desastre, considerando que o Brasil vinha de uma derrota por 4 a 1 para a Argentina. Mas a estreia do técnico deixa claro que a reconstrução será gradual.

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