Merz sofre derrota inesperada e não obtém maioria no Parlamento da Alemanha para se tornar chanceler do país

Em um resultado histórico e surpreendente, o conservador Friedrich Merz (foto) não conseguiu conquistar a maioria necessária no Bundestag, o Parlamento da Alemanha, para assumir o cargo de chanceler do país.
Na votação realizada nesta terça-feira, 6, ele obteve 310 votos — seis a menos dos 316 exigidos para ser eleito chefe de governo.
A derrota foi considerada inesperada porque, na véspera, seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), que venceu as eleições de fevereiro com 28,5% dos votos, havia firmado um acordo de coalizão com o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), de centro-esquerda.
Apesar do fraco desempenho nas urnas — 16,4%, o pior resultado do partido no pós-guerra — o SPD aceitou compor o governo, dando a entender que Merz teria apoio suficiente para ser eleito.
Contudo, 18 deputados da esquerda romperam com a orientação partidária e votaram contra o candidato conservador, frustrando o plano de formação de governo.
Foi a primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial que um nome indicado ao cargo de chanceler não consegue ser eleito já na primeira votação parlamentar.
Após o revés, a presidente do Bundestag, Julia Kloeckner, suspendeu temporariamente a sessão para que os grupos parlamentares pudessem discutir os próximos passos.
A CDU confirmou que uma nova votação ainda ocorrerá nesta terça.
Um dos principais nomes do partido, Jens Spahn, fez um apelo aos parlamentares: “Toda a Europa, talvez o mundo inteiro, está acompanhando esta eleição”, disse. “Apelo a todos para que estejam cientes desta responsabilidade especial.”
Caso Merz não seja eleito na segunda rodada, o Bundestag terá até 14 dias para escolher um novo chanceler com maioria absoluta — seja ele ou outro.