Economia dos EUA encolhe 0,3% nos primeiros meses do novo governo de Trump

Presidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Alex Brandon/AP

A economia dos Estados Unidos encolheu no primeiro trimestre de 2025, afetada por um aumento nas importações de empresas que tentaram antecipar compras e evitar tarifas mais altas, reflexo direto da política comercial adotada pelo presidente Donald Trump.

Segundo a primeira estimativa divulgada nesta quarta-feira, 30, pelo Departamento de Comércio, o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda anualizada de 0,3% entre janeiro e março.

A contração surpreendeu o mercado: economistas consultados pela Reuters esperavam uma expansão de 0,3% no período.

Essas previsões, no entanto, foram feitas antes da divulgação dos dados desta terça-feira, 29, que mostraram um salto recorde no déficit da balança comercial de bens em março.

O aumento das importações pressionou as estimativas para baixo, levando a maioria dos analistas a revisar seus números.

Em contraste, no último trimestre de 2024, ainda sob o governo de Joe Biden, a economia dos EUA registrou um crescimento anualizado de 2,4%, embora tenha desacelerado em relação ao trimestre anterior.

Esse crescimento foi impulsionado, em grande parte, por uma recuperação no consumo das famílias, embora alguns setores ainda enfrentassem desafios, como o aumento das importações e a diminuição dos investimentos privados.

A desaceleração no final da última administração democrata, portanto, já indicava sinais de enfraquecimento — mas nada comparável à contração observada no início de 2025, sob Trump.

O cenário atual também reflete um aumento da insatisfação popular com a condução da economia pelo atual ocupante da Casa Branca.

Eleito em novembro de 2024 com promessas de fortalecer a economia e combater a inflação, Trump agora enfrenta uma queda na confiança dos consumidores, que está próxima do menor nível em cinco anos, e uma forte desaceleração no otimismo empresarial.

A instabilidade econômica já começa a impactar setores específicos. As companhias aéreas, por exemplo, retiraram suas projeções financeiras para 2025, citando incertezas quanto aos gastos com viagens não essenciais.

As tarifas, alertam economistas, devem elevar custos tanto para as empresas quanto para as famílias.

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