Órgão de fiscalização do Pentágono abre investigação sobre uso do app Signal para conversas sobre plano de ataque dos EUA ao Iêmen

O gabinete do inspetor-geral do Pentágono anunciou nesta quinta-feira, 3, a abertura de uma investigação sobre o uso do aplicativo de mensagens Signal pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth (foto), para coordenar ataques dos Estados Unidos contra os Houthis no Iêmen.

De acordo com um memorando assinado pelo inspetor-geral interino, Steven Stebbins, a apuração buscará determinar “até que ponto o secretário de Defesa e outros funcionários do Departamento de Defesa cumpriram as políticas e procedimentos para o uso de um aplicativo de mensagens comerciais para assuntos oficiais“.

Além disso, a investigação avaliará a conformidade com os requisitos de confidencialidade e retenção de registros.

O caso ganhou repercussão após um jornalista da revista The Atlantic ser adicionado por engano a um grupo de mensagens onde estratégias da operação militar de 15 de março estavam sendo discutidas. Segundo a publicação, o bate-papo continha informações ultrassecretas.

Apesar de a investigação estar sob responsabilidade do inspetor-geral do Pentágono, o órgão é subordinado ao próprio Hegseth, que é o alvo da apuração.

No entanto, Stebbins tem autonomia para conduzir investigações sobre possíveis irregularidades dentro do Departamento de Defesa.

O Signal não é um canal autorizado pelo governo dos EUA para o compartilhamento de informações sigilosas, já que o Executivo possui sistemas próprios para comunicações desse tipo.

A revelação gerou forte reação no Congresso, com parlamentares de ambos os partidos pressionando a Casa Branca por medidas. Alguns membros da oposição pediram a demissão de Hegseth e do conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz.

O presidente Donald Trump e Hegseth minimizaram a polêmica, negando que informações sigilosas tenham sido expostas.

No entanto, Trump determinou uma avaliação sobre a segurança do Signal para uso em comunicações governamentais.