Sob vaias e aplausos, Trump faz seu primeiro discurso ao Congresso dos EUA desde o retorno à Casa Branca

Presidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Ben Curtis/AP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez na noite desta terça-feira, 4, seu primeiro discurso em uma sessão conjunta do Congresso desde o início do segundo mandato, marcado por aplausos dos republicanos e protestos dos democratas, que exibiam cartazes com mensagens como “Salvem o Medicaid”, “Musk rouba” e “Protejam os veteranos”.

Em um longo pronunciamento de uma hora e 40 minutos, Trump fez um balanço das primeiras seis semanas de seu novo mandato, destacando medidas como o aumento das deportações, a mudança do nome do Golfo do México para o Golfo da América, a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a revogação de regulamentações ambientais implementadas pela administração anterior.

O presidente também anunciou novas iniciativas econômicas, como a imposição de tarifas recíprocas a partir de abril e outras ações voltadas para fortalecer a economia nacional.

Trump sinalizou uma possível trégua na relação com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após o conflito verbal entre eles na sexta-feira, 28.

A sessão conjunta, que contou com a presença de congressistas, juízes da Suprema Corte e oficiais das Forças Armadas, começou de forma tumultuada.

Após gritar duramente contra Trump, o congressista democrata Al Green, do Texas, foi retirado do plenário pelo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson.

Ao longo de seu discurso, o presidente manteve um tom agressivo, atacando abertamente a administração de Joe Biden, a quem chamou de “pior presidente da história dos EUA“.

Trump também resgatou algumas promessas de campanha, como a retomada do controle do Canal do Panamá e a anexação da Groenlândia aos Estados Unidos.

Entre os momentos mais notáveis, Trump destacou a presença de Elon Musk nas galerias do Capitólio.

O presidente aproveitou a ocasião para agradecer o trabalho do bilionário à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que tem reduzido o número de agências e funcionários federais, além de acessar dados sensíveis do governo, gerando controvérsias nos tribunais.

Trump também fez referência a Musk ao afirmar que os Estados Unidos colocarão “a bandeira americana em Marte“, reforçando seu apoio ao empresário.

Em relação à política comercial, o presidente reiterou sua postura protecionista, afirmando: “Fomos roubados por décadas por todos os países da face da Terra, e não vamos deixar isso acontecer mais.

Ele mencionou que países como Brasil, China, Índia, México e a União Europeia impõem tarifas injustas aos EUA, cobrando taxas muito mais altas do que o país aplica a eles.

Após anunciar no dia anterior, 3, a imposição imediata de uma tarifa de 25% sobre importações do México e do Canadá, Trump reforçou que a partir de 2 de abril, todos os países serão sujeitos a tarifas recíprocas.

Qualquer tarifa que nos impuserem, nós também imporemos a eles. Se usarem barreiras não monetárias, nós faremos o mesmo“, concluiu.

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