Guerra comercial de Trump: Canadá, China e México anunciam tarifas retaliatórias a produtos dos EUA

Canadá, China e México anunciaram novas tarifas de importação sobre produtos dos Estados Unidos em retaliação às taxas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, que entraram em vigor nesta terça-feira, 4.
O Canadá foi o primeiro a reagir ao “tarifaço” de Trump, anunciando na véspera uma taxa de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos.
O primeiro-ministro Justin Trudeau declarou que parte das tarifas entraria em vigor imediatamente, enquanto o restante seria implementado em 21 dias.
“Nossas tarifas permanecerão em vigor até que a ação comercial dos EUA seja retirada“, afirmou Trudeau, acrescentando que o governo canadense estuda medidas não tarifárias adicionais.
Em seguida, a China também anunciou uma resposta. Pequim aplicou taxas adicionais de 10% a 15% sobre exportações agrícolas dos EUA e impôs restrições a 25 empresas americanas por “motivos de segurança nacional”.
Produtos como frango, trigo, milho e algodão terão uma taxa extra de 15%, enquanto soja, sorgo, carnes, laticínios e frutas sofrerão um acréscimo de 10%, a partir de 10 de março.
A expectativa é que essas tarifas afetem cerca de US$ 21 bilhões em exportações americanas, elevando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O governo chinês já havia anunciado, em fevereiro, tarifas de 15% para carvão e gás natural liquefeito (GNL), além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e automóveis americanos. “Tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um engano”, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.
Pequim também abriu investigação contra produtores americanos de fibra óptica por supostas violações antidumping, suspendeu licenças de importação de três exportadores de madeira serrada e adicionou 15 empresas dos EUA à sua lista de controle de exportação.
Outras 10 companhias foram colocadas na Lista de Entidades Não Confiáveis, por venderem armas para Taiwan, que a China considera parte de seu território.
Por fim, o México também condenou as tarifas americanas e prometeu retaliação.
A presidente Claudia Sheinbaum criticou as taxas de 25% impostas pelos EUA sobre importações mexicanas, argumentando que “não há razão, fundamento ou justificativa” para a medida, que prejudicará ambas as nações. Sheinbaum afirmou que anunciará detalhes da resposta mexicana no domingo, 9.
As represálias de Canadá, China e México ocorrem após Trump justificar as tarifas americanas pelo suposto aumento do tráfico de drogas desses países para os EUA.
“Eles vão ter que ter uma tarifa”, disse Trump, defendendo que empresas construam fábricas nos EUA para evitar as taxas.
As tarifas para Canadá e México deveriam entrar em vigor em fevereiro, mas Trump concedeu uma suspensão de 30 dias para negociações.
Já para a China, o presidente anunciou uma taxa adicional de 10%, elevando a tarifa total para 20% sobre produtos chineses.
A medida soma-se a aumentos anteriores: no ano passado, o então presidente Joe Biden dobrou as tarifas sobre semicondutores para 50% e quadruplicou as sobre veículos elétricos para mais de 100%.