Zelensky diz estar disposto a negociar diretamente com Putin

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou estar disposto a negociar diretamente com o líder da Rússia, Vladimir Putin, para encerrar a guerra, que já dura quase três anos. Em entrevista exibida na segunda-feira, 4, ele declarou que aceitaria essa possibilidade se fosse a única maneira de alcançar a paz.
Apesar disso, destacou que prefere uma solução diplomática com a participação de países europeus e alertou que ainda não é o momento de aliviar as sanções contra Moscou, pois isso poderia aumentar o risco de uma nova invasão russa.
Desde a invasão em fevereiro de 2022, a Ucrânia tem sido alvo de bombardeios constantes, enquanto a Rússia anexou ilegalmente partes do território ucraniano.
Em resposta, os Estados Unidos e países europeus fornecem apoio militar e financeiro a Kiev, que recentemente passou a atacar diretamente o território russo, incluindo com o uso de mísseis ocidentais de longo alcance.
Zelensky defende um “plano da vitória”, que inclui o fortalecimento da defesa ucraniana, um pacote de dissuasão estratégica não nuclear contra Moscou e a entrada da Ucrânia na Otan. No entanto, o novo governo americano pode seguir um caminho diferente.
Um plano alternativo, elaborado pelo general Keith Kellogg, nomeado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, como enviado para resolver o conflito, propõe congelar as linhas de batalha para viabilizar conversas sobre um cessar-fogo, condicionar o envio de armas à participação da Ucrânia em negociações de paz e pressionar a Rússia ao aumentar o apoio militar a Kiev caso Moscou rejeite um acordo.
Além disso, prevê o adiamento da entrada da Ucrânia na Otan, o que atende aos interesses de Putin e poderia consolidar a perda definitiva de territórios ucranianos.
Analistas apontam que essa concessão fortaleceria a justificativa do Kremlin para a guerra, com base na alegação de que o Ocidente violou uma promessa feita em 1990, de que a Otan não expandiria sua influência “nem uma polegada para o Oriente”.