Ao lado de Netanyahu, Trump defende que palestinos deixem a Faixa de Gaza permanentemente

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 4, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que quer retirar “todos” os moradores da Faixa de Gaza de forma permanente.
A fala ocorreu durante a visita de Netanyahu à Casa Branca.
Antes do encontro, Trump já havia feito declarações semelhantes, dizendo que os palestinos não teriam outra opção a não ser deixar o território. Ele também sugeriu que os moradores de Gaza fossem realocados para outros países.
“Espero que possamos fazer algo para que eles não queiram voltar. Quem iria querer voltar? Eles não experimentaram nada além de morte e destruição“, afirmou Trump. “Não acho que as pessoas devam voltar para Gaza. Acho que Gaza trouxe muito azar para elas. Gaza não é um lugar para as pessoas viverem.“
Quando questionado sobre quantas pessoas deveriam deixar Gaza, Trump respondeu: “Todas elas“.
Esta posição representa uma mudança em relação a sua sugestão anterior, de que a retirada poderia ser temporária ou de longo prazo, o que ele mencionou em janeiro.
O plano de Trump foi criticado por representantes do Hamas, que o consideraram uma forma de “expulsão”, gerando potencial para mais caos e tensão na região.
Segundo o líder americano, ele já conversou com autoridades da Jordânia e do Egito sobre a possibilidade de ambos os países acolherem os moradores de Gaza, e sugeriu que outras nações poderiam colaborar oferecendo áreas para a construção de moradias.
Em relação ao cessar-fogo, Netanyahu agradeceu a Trump pelos esforços para negociar a trégua com o Hamas, sem mencionar o ex-presidente Joe Biden.
O cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, foi um esforço conjunto entre as administrações de Biden e Trump.
Na primeira fase do acordo, o Hamas se comprometeu a liberar 33 reféns, enquanto Israel libertou prisioneiros palestinos e retirou suas tropas de Gaza. A segunda fase do acordo, que está sendo discutida, prevê a liberação de mais reféns e a devolução dos corpos de vítimas já mortas.