Secretário de Estado de Trump congela quase toda ajuda externa dos EUA, exceto a Israel e ao Egito

Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio - Foto: Evan Vicci/AP

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira, 24, o congelamento de quase toda a ajuda externa americana, exceto os recursos destinados a Israel e ao Egito, conforme um memorando interno.

O documento, ao qual a agência AFP teve acesso, não menciona a Ucrânia, que recebeu bilhões de dólares do governo de Joe Biden para se defender contra a Rússia, o que sugere que a ajuda a Kiev também foi suspensa.

Não serão alocados novos fundos (…) até que cada nova concessão ou prorrogação proposta tenha sido revisada e aprovada” de acordo com a agenda do presidente” Donald Trump, afirma o memorando.

A ajuda emergencial para alimentos está isenta da medida. O documento segue a ordem executiva (decreto) assinada por Trump no dia 20, durante sua posse, que determinou o congelamento da ajuda externa por 90 dias.

Israel e Egito continuam sendo os principais beneficiários da assistência militar americana.

O memorando de Rubio justifica o congelamento, afirmando que é impossível avaliar se os compromissos de ajuda externa existentes são “não duplicados, eficazes e consistentes com a política externa do presidente Trump“.

Trump argumentou, no decreto, que “o setor e a burocracia de ajuda externa dos EUA não estão alinhados com os interesses do país e, em muitos casos, são contrários aos valores americanos”.

O congelamento foi anunciado dois dias depois de Trump ter dado um ultimato ao enviado especial da Casa Branca, Keith Kellogg, para encerrar a guerra na Ucrânia dentro de 100 dias.

Na quarta-feira, 22, Moscou indicou que vê uma janela de oportunidade para negociar com os EUA, após Trump sugerir novas sanções caso a Rússia se recuse a negociar um cessar-fogo.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, reiterou que qualquer acordo de paz com a Rússia deve incluir supervisão militar, além de pedir 200 mil soldados europeus para a manutenção da paz.

Trump, crítico do financiamento americano à Ucrânia e defensor da política “América Primeiro”, afirmou que encerraria a guerra na Ucrânia antes de assumir a presidência, o que não ocorreu. Em contraste, um cessar-fogo em Gaza foi alcançado antes de sua posse.

Lideranças europeias temem que um acordo de paz mediado por Trump resulte em perdas territoriais para a Ucrânia.

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