Trump é sentenciado no caso envolvendo suborno a Stormy Daniels, mas sem prisão ou multa
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi sentenciado nesta sexta-feira, 10, à “dispensa incondicional” por ocultar pagamentos feitos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. A decisão ocorre a dez dias de sua posse para um segundo mandato na Casa Branca, em um contexto polêmico.
A sentença foi proferida pelo juiz Juan Merchan, de um tribunal de Nova York, que já havia adiantado que não aplicaria pena de prisão a Trump para evitar interferências em seu novo mandato.
Trump participou da audiência de forma virtual (foto) e, no dia anterior, afirmou que recorreria da decisão. Durante o julgamento, ele declarou que foi “uma experiência terrível” e “um enorme retrocesso” para o sistema judiciário de Nova York, além de afirmar: “Fui tratado de forma muito, muito injusta.”
A condenação original ocorreu em maio de 2024, quando Trump foi considerado culpado de 34 acusações de fraude contábil por ocultar pagamentos feitos para silenciar Stormy Daniels.
O caso remonta a 2016, antes da eleição presidencial que o levou à Casa Branca, e envolveu pagamentos destinados a evitar que detalhes de um suposto caso entre Trump e Daniels em 2006 – pouco após o nascimento do filho mais novo do republicano com Melania Trump – fossem revelados e prejudicassem sua campanha.
A decisão de maio fez de Trump o primeiro ex-presidente condenado e sentenciado por um delito criminal nos Estados Unidos. No entanto, a sentença anunciada agora não incluiu pena de prisão.
A Promotoria de Nova York chegou a sugerir que qualquer punição só fosse aplicada após Trump deixar a Casa Branca, em 2029, mas Merchan optou por definir uma sentença antes da posse em respeito ao júri.
Trump, que nega todas as acusações e as classifica como perseguição política, afirmou durante a audiência ser “totalmente inocente”. Ele também destacou que o julgamento foi invalidado pelo povo americano, apontando sua vitória em todos os sete estados-chave nas eleições recentes.
A defesa do republicano tentou adiar o anúncio da sentença e até buscou a anulação do caso, baseando-se em uma decisão da Suprema Corte que concede imunidade absoluta a presidentes e ex-presidentes em processos criminais relacionados a atos oficiais do cargo.
No entanto, como os eventos envolvendo Stormy Daniels ocorreram antes de Trump assumir a presidência, o argumento foi rejeitado.