Otan intensifica patrulhas no Mar Báltico enquanto Finlândia investiga possível sabotagem de cabos submarinos

Em primeiro plano, uma embarcação da Guarda Costeira da Finlândia com o Eagle S ao fundo - Foto: Rajavartiosto/via AP

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, anunciou nesta sexta-feira, 27, que a aliança militar intensificará as patrulhas no Mar Báltico, enquanto investigadores da Finlândia tentam determinar se um navio ligado à Rússia sabotou cabos submarinos na região nesta semana.

Na quinta-feira, 26, as autoridades finlandesas assumiram o controle do navio Eagle S para apurar se ele havia danificado um cabo de energia entre a Finlândia e a Estônia, além de cabos de dados. O incidente faz parte de uma série de ataques à infraestrutura na área.

Rutte afirmou, em uma publicação no X, que discutiu com o presidente finlandês, Alexander Stubb, a investigação sobre a possível sabotagem e confirmou que a Otan reforçará sua presença militar no Báltico.

A aliança, composta por 32 países, afirmou estar vigilante e trabalhando para fornecer mais apoio, mas não revelou detalhes sobre medidas específicas ou prazos.

A Finlândia, que se juntou à Otan em 2023, após décadas de neutralidade, compartilha uma extensa fronteira com a Rússia.

Em resposta a incidentes semelhantes, em outubro, a Otan enviou mais aeronaves de patrulha, drones e uma frota de caça-minas para a região.

O Eagle S, que tem bandeira das Ilhas Cook, é vinculado à “frota das sombras” russa de navios-tanque que desafiam as sanções internacionais.

Funcionários apontam que sua idade e a falta de seguro regulamentado geram preocupações ambientais.

Acredita-se que a âncora do navio tenha danificado o cabo de energia Estlink-2, que conecta a Finlândia à Estônia. A investigação continua, mas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, se recusou a comentar.

Stubb declarou que a situação está sob controle, embora a investigação persista. Ele sugeriu que a Otan poderia implementar medidas como inspeções de seguro das embarcações na região e avaliar formas de responder a incidentes semelhantes conforme o direito marítimo internacional.

O cabo Estlink-2 foi danificado, mas não afetou significativamente os serviços.

O ataque aos cabos de dados entre a Finlândia e a Alemanha, e entre a Lituânia e a Suécia, em novembro, também é considerado sabotagem, assim como as explosões que danificaram os gasodutos Nord Stream em setembro de 2022.

A Otan já havia intensificado patrulhas após esses incidentes e criou uma célula de coordenação para proteger melhor as infraestruturas submarinas.

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