Empresário jurado de morte pelo PCC é executado a tiros no Aeroporto de Guarulhos

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário jurado de morte pelo PCC, é executado no Aeroporto de Guarulhos, São Paulo (08/11/2024) — Foto: Reprodução/Record/Redes sociais

O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach (foto, à esquerda), delator do PCC ao Ministério Público de São Paulo, foi morto no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do Brasil, por volta das 16h desta sexta-feira, 8.

A ação ocorreu na área de desembarque do Terminal 2, e o Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas o homem não resistiu aos ferimentos. A polícia investiga o caso como uma execução, possivelmente uma “queima de arquivo”.

Os tiros de fuzil foram disparados de um Volkswagen Gol preto, que foi encontrado em uma comunidade próxima, em Guarulhos.

Dentro do carro, havia munições de fuzil e um colete à prova de balas. Também foi registrado outro tiroteio perto do Hotel Pullman, nas imediações do aeroporto.

Gritzbach, a vítima fatal, estava colaborando em investigações sobre esquemas de lavagem de dinheiro do PCC e possivelmente vinha revelando detalhes de operações ilícitas da organização.

Ele, que teria ordenado a morte de dois membros da facção criminosa após desavenças, participou de um “tribunal do crime”, estrutura interna da facção usada para decidir execuções por deslealdade.

Os membros assassinados, Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, foram mortos em dezembro de 2021.

O Ministério Público revelou que Gritzbach atuava no setor de criptomoedas.

Ele prestava depoimentos ao órgão há seis meses, o último há 15 dias, e era réu em um processo por lavagem de mais de R$ 30 milhões provenientes do tráfico. A maior parte das operações de lavagem era realizada por meio de compras e vendas de imóveis e postos de gasolina.

Em março deste ano, Gritzbach firmou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público de São Paulo, revelando supostos esquemas do PCC e casos de extorsão envolvendo policiais civis.

Como o crime ocorreu na área externa do aeroporto, a investigação está a cargo da Polícia Civil, e não da Polícia Federal (PF).

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