‘Estamos vencendo’, diz Netanyahu na ONU; delegações abandonam plenário em protesto
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta sexta-feira, 27, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o país está “vencendo suas guerras” e busca a paz, mas enfrentará até o fim inimigos como o Irã.
O chefe do governo de Israel, nação envolvida em conflitos na Faixa de Gaza e no Líbano, era uma das figuras mais esperadas do evento.
Ao ser chamado para falar, dezenas de representantes deixaram o plenário em protesto, enquanto a sala foi tomada por aplausos e vaias, levando o presidente da sessão a solicitar silêncio. Assista no final do texto.
O premiê expressou o desejo de alcançar “a bênção de uma reconciliação histórica entre árabes e judeus”, mas afirmou que os ataques no Líbano continuarão.
“Enquanto o Hezbollah optar pelo caminho da guerra, Israel não tem outra escolha. O Hezbollah nos ataca de forma impiedosa há 20 anos”, disse, referindo-se aos frequentes ataques com foguetes do grupo contra o norte de Israel.
Ignorando a proposta de cessar-fogo feita pelos Estados Unidos, seu principal aliado, Netanyahu argumentou que sua luta também é em defesa do Ocidente.
“Não estamos apenas nos defendendo, estamos defendendo vocês de um inimigo comum que ameaça nosso modo de vida”, afirmou, mencionando o Irã. “Israel tem suportado essa situação intolerável por quase um ano. Hoje, estou aqui para dizer: basta.”
Netanyahu acusou o Irã de ter atacado Israel diretamente pela primeira vez, com mísseis lançados de seu próprio território na quinta-feira, 26, e declarou que está pronto para uma guerra. “Se vocês nos atacarem, nós revidaremos”, ameaçou.
A delegação iraniana foi uma das que abandonaram o plenário antes do início do discurso do primeiro-ministro israelense.
Sobre o conflito em Gaza, Netanyahu afirmou que, em quase um ano de combates, Israel já eliminou ou capturou “mais da metade dos 40 mil combatentes do Hamas” e se disse “pronto para apoiar uma administração civil local comprometida com a paz”.
Ele ainda ressaltou que a guerra pode acabar imediatamente, desde que o Hamas se renda, entregue suas armas e liberte os reféns. “Não queremos ver uma única pessoa inocente morrer. Cada morte é uma tragédia”, concluiu.