Kamala joga Trump na defensiva em primeiro debate; republicano aposta na imigração
Kamala Harris começou o debate presidencial da ABC News, realizado nesta terça-feira, 10, de maneira cordial, cumprimentando Donald Trump.
No entanto, o tom amigável logo desapareceu quando a democrata passou a discutir a economia, deixando Trump na defensiva ao criticá-lo por governar em favor dos mais ricos e apresentar sua “economia de oportunidade”, focada na classe média e pequenos empresários.
Trump, em seu estilo característico, tentou desviar o foco para a imigração, um de seus temas centrais, mas foi repreendido por um dos moderadores ao sair do tema.
Kamala aproveitou para acusá-lo de má gestão da pandemia de Covid-19, ressaltando os esforços do governo Biden para “resolver a bagunça” deixada, e mencionou o Projeto 2025, do qual o republicano tenta se desvencilhar.
No tema do aborto, ela foi incisiva, destacando a importância de garantir o direito ao aborto e prometendo lutar por uma lei federal que assegure esse direito, enquanto Trump evitou se comprometer com uma posição nacional sobre o tema e defendeu a decisão da Suprema Corte de delegar a questão aos estados.
Kamala manteve Trump na defensiva durante boa parte do debate, especialmente ao mencionar os processos criminais que ele enfrenta.
O candidato republicano, por sua vez, voltou a focar na imigração, insistindo na narrativa de uma “invasão de imigrantes”, enquanto a democrata acusou seu rival de não ter propostas concretas.
Quando questionado sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, Trump negou envolvimento, alegando que seu único papel foi fazer um discurso. Kamala, por sua vez, reforçou que é hora de “virar a página” e olhar para o futuro.
Na política externa, o ex-presidente afirmou que sua oponente “odeia Israel” e prometeu encerrar a guerra na Ucrânia, mas Kamala foi firme ao chamá-lo de “fraco” e dizer que líderes internacionais riem dele.
Ao longo do debate, Kamala Harris se destacou pela firmeza e clareza em suas respostas, enquanto Trump tentou manter o foco em temas como imigração e acusações ao governo Biden.
Ambos agora centrarão suas atenções nos estados “pêndulo”, onde a disputa está mais apertada, com pesquisas mostrando diferenças mínimas entre eles.