Edmundo González deixa Venezuela rumo à Espanha após receber asilo político
Edmundo González, candidato da oposição ao regime de Nicolás Maduro na eleição presidencial de 28 de julho, deixou a Venezuela neste sábado, 7, rumo à Espanha, que lhe concedeu asilo político.
Horas antes de sua partida, González se reuniu com diplomatas espanhóis em uma embaixada europeia.
De acordo com fontes do jornal El País, o ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero desempenhou um papel importante nas negociações que garantiram o asilo ao opositor. Essa operação diplomática vinha sendo articulada há duas semanas.
Na sexta-feira, 6, o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez, classificou González como “herói” e garantiu que a Espanha não o abandonaria. Naquele momento, já era sabido que o opositor estava prestes a aceitar a oferta de asilo.
Enquanto Edmundo tomava sua decisão final neste sábado, um avião espanhol aguardava na República Dominicana para transportá-lo o mais rápido possível a Madri.
Pelo lado da ditadura venezuelana, foi a vice-presidente Delcy Rodríguez quem anunciou a partida do opositor nas redes sociais, informando que a Venezuela havia concedido os “devidos salvo-condutos” em nome da “tranquilidade e paz política do país”.
Pouco depois, o Ministério de Relações Exteriores da Espanha divulgou que o governo do país europeu havia providenciado “os meios diplomáticos e materiais necessários para sua transferência, realizada a pedido do próprio González”. O comunicado ainda reforçou:
O Governo da Espanha reitera seu compromisso com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos, especialmente dos líderes políticos.
Crise política na Venezuela
A oposição, liderada por María Corina Machado, afirma que Edmundo González venceu a eleição com ampla vantagem, com base nas atas de votação digitalizadas pelo grupo. O material foi disponibilizado em um site e teve sua legitimidade validada pela ONU.
No entanto, as autoridades eleitorais da Venezuela declararam Nicolás Maduro reeleito sem apresentar provas, apesar da pressão internacional.
Em meio ao impasse e à crescente repressão do regime, o Ministério Público venezuelano — controlado por chavistas — alegou que as atas divulgadas pela oposição são falsas e solicitou a prisão de González.
Temendo ser detido a mando de Maduro, Edmundo estava escondido há mais de um mês e era considerado foragido.