Putin diz que Brasil, China e Índia poderiam mediar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 5, que Brasil, China e Índia poderiam desempenhar o papel de mediadores em eventuais negociações de paz relacionadas à guerra com a Ucrânia.
Durante o Fórum Econômico Oriental, realizado em Vladivostok, Putin destacou que as tratativas iniciais entre representantes russos e ucranianos, ocorridas nas primeiras semanas da invasão, poderiam servir de base para novas discussões, embora o acordo preliminar nunca tenha sido implementado.
O autocrata também reiterou que a Rússia “nunca se recusou” a participar de negociações de paz com a Ucrânia.
Para o Brasil, as declarações de Putin podem ser vistas de forma positiva, considerando os esforços mal-sucedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em intervir no conflito.
Desde o início, o petista se ofereceu como mediador, reforçado pela posição do Brasil de condenar a invasão na ONU, mas de se abster de impor sanções à Rússia.
Contudo, declarações controversas que equipararam Putin ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comprometeram a credibilidade brasileira nesse papel, embora Lula tenha tido sua posição parcialmente recuperada com o apoio da China.
Como principais aliados de Putin, os chineses incluíram o Brasil em um comunicado conjunto que pedia por negociações.
A agência de notícias estatal russa RIA Novosti, citando o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou nesta quinta que Moscou, por ora, não vê nenhum pré-requisito para negociações de paz com Kiev.
Peskov acrescentou ainda que as autoridades russas não estão considerando uma nova mobilização de tropas para reforçar suas posições militares na Ucrânia.