Macron se recusa a nomear governo de esquerda e é ameaçado de impeachment

Presidente da França, Emmanuel Macron — Foto: Ludovic Marin/AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, barrou nesta segunda-feira, 26, a nomeação da esquerdista Lucie Castets como Primeira-Ministra do país.

Em resposta, a Nova Frente Popular, que venceu as eleições parlamentares convocadas por Macron em junho e realizadas no mês passado, e que apresentou a candidatura de Castets, anunciou que apresentará um pedido de impeachment contra o chefe de Estado, acusando-o de ser um autocrata.

O bloco de esquerda venceu, mas não conseguiu formar maioria absoluta. No total, o grupo conquistou 182 cadeiras, em comparação com 168 para o grupo centrista do presidente e 143 para a extrema direita, liderada por Marine Le Pen.

Após a eleição, o atual Primeiro-Ministro, Gabriel Attal, apresentou sua carta de renúncia. A pedido de Macron, no entanto, ele permanece no cargo em caráter interino até que um novo governo seja formado.

Desde então, o presidente francês iniciou negociações com os partidos que compõem a Assembleia Nacional para escolher um novo Primeiro-Ministro.

Nesta segunda, Macron publicou um comunicado dizendo que não poderia aceitar um plano de governo que servisse apenas aos interesses da Nova Frente Popular, em nome da “estabilidade institucional”.

Em resposta à decisão, o bloco de esquerda afirmou que vai barrar qualquer outra nomeação de Primeiro-Ministro além de Castets e entraria com um pedido de impeachment contra Macron.

A gravidade do momento exige uma resposta firme da sociedade francesa contra o incrível abuso do poder autocrático de que é vítima — afirmou o bloco em nota.

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