Silvio Santos, maior comunicador da TV brasileira, morre aos 93 anos
O empresário e apresentador Silvio Santos morreu na madrugada deste sábado, 17, aos 93 anos. A informação foi confirmada pelo SBT nas redes sociais. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, desde o início do mês.
Segundo o boletim médico, Silvio morreu às 4h50 deste sábado, em decorrência de broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1).
Em 18 de julho de 2024, o comunicador foi internado na mesma unidade de saúde onde morreu para se recuperar da H1N1, recebendo alta dois dias depois. Em 1º de agosto, ele foi hospitalizado novamente, segundo a assessoria de imprensa do SBT, para passar por exames de imagem.
Trajetória
Silvio Santos nasceu com o nome de batismo Senor Abravanel, em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Seus pais, Alberto e Rebeca, eram imigrantes de origem judaica, e ele foi o mais velho de cinco irmãos. Começou sua carreira como camelô, onde desenvolveu suas habilidades de comunicação e vendas.
Ele assumiu em 1958 o Baú da Felicidade, que era antes de Manuel de Nóbrega. No ano seguinte, passou a fazer shows em circos para vender os carnês da empresa.
No mesmo ano, no dia 7 de fevereiro, ele estreou seu primeiro programa televisivo, o “Hit Parade”, na TV Paulista.
Em 1962, passou a ser apresentador do “Vamos brincar de forca”, também na Paulista (canal 5, que anos depois foi comprado pela TV Globo). Em seguida, começou a ser exibido o seu Programa Silvio Santos.
Em 1975, venceu a concorrência para adquirir o Canal 11 do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, inaugurou a TVS. Ainda em 1976, deixou a TV Globo. Com isso, seu programa passou a ser exibido na TV Tupi e na TVS Rio.
Silvio ganhou outras concessões e, em 1981, lançou sua própria rede, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), uma das várias empresas do grupo que leva seu nome.
O Programa Silvio Santos tornou-se a principal atração da nova emissora, com quadros inesquecíveis como “Domingo no parque”, “Qual é a música”, “Show de calouros” e “Porta da esperança”.
A capacidade de segurar o público no programa de variedades que chegou a ter duração de mais de dez horas, bem como o domínio da plateia e da audiência com bordões como “Vem pra cá, vem pra cá” e “Quem quer dinheiro?”, atestavam o carisma do apresentador.
Silvio também fez sucesso cantando marchinhas de carnaval, como “Coração Corintiano” e “A pipa do vovô”, registradas em álbuns entre os anos 70 e 90.
Em 1989, Silvio Santos anunciou que seria candidato à presidência do Brasil duas semanas antes do primeiro turno das eleições, mas a candidatura foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma semana depois.
Em fevereiro 2001, ele foi homenageado no Carnaval do Rio pela escola de samba Tradição.
Em agosto do mesmo ano, sua filha Patrícia Abravanel foi sequestrada por sete dias. Depois que ela foi libertada, um dos criminosos envolvidos no rapto invadiu a casa de Silvio em São Paulo e o levou como refém por sete horas.
O governador de São Paulo na época, Geraldo Alckmin, foi ao local, conversou com o sequestrador, que acabou se entregando.
Em 2010, foi descoberto um rombo bilionário em uma das empresas do Grupo Silvio Santos, o Banco Panamericano — mais tarde, em 2018, sete ex-diretores foram condenados por fraude. Em 2011, ele vendeu a instituição financeira para o BTG Pactual.
Em dezembro de 2020, Silvio comemorou 90 anos sem celebrações públicas, isolado por conta da pandemia, ao lado da família.
No dia 1º agosto de 2021, já vacinado com duas doses, Silvio voltou a apresentar seu programa pela primeira vez desde 2019.
Semanas depois deste retorno, ele contraiu Covid-19 e foi internado. Ele se recuperou e voltou a gravar o seu programa, mas não no ritmo de antes.
Ao som do tema musical “Sílvio Santos vem aí”, ele entrou alegre e dizendo “Para tudo, já estou aqui. Já cheguei!”. Foi a primeira brincadeira de muitas para divertir o público em seu último programa.
Silvio Santos deixa a viúva, Íris Abravanel, com quem era casado desde 1981 e teve as filhas Daniela Patrícia, Rebeca e Renata. Também deixa as filhas Cíntia e Silvia, do primeiro casamento, com Cidinha, que morreu em 1977.
