Eleições legislativas na França: extrema-direita lidera primeiro turno e Macron propõe aliança com esquerda no segundo
O primeiro turno das eleições legislativas em França, convocadas há apenas três semanas, terminou neste domingo, 30, com a maior participação popular em 40 anos e a extrema-direita com mais votos.
Segundo uma pesquisa de boca de urna realizada pelos institutos Ifop, Ipsos, OpinionWay e Elable, o partido Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen (foto), saiu vitorioso, com 34% dos votos.
Em segundo lugar ficou o bloco de esquerda Nova Frente Popular, com 28% dos votos, seguido pela coalizão centrista Ensemble, do presidente Emmanuel Macron, com 22%.
Diante do resultado, Macron propôs uma ampla aliança entre “candidatos republicanos e democráticos” para o segundo turno das eleições, que acontecem em 7 de julho. Le Pen, por outro lado, pediu aos franceses que deem ao seu partido maioria absoluta no Parlamento.
Jean Luc Mélenchon, que lidera o bloco de esquerda, anunciou que está disposto a retirar seus candidatos do segundo turno se um nome apoiado por Macron estiver em melhor posição para derrotar a extrema-direita. A orientação é não deixar o RN ganhar “em hipótese alguma”.
Uma eventual vitória legislativa do partido de Le Pen poderá, na prática, inviabilizar o governo do atual presidente francês, que convocou a votação.
Esta decisão arriscada e surpreendente foi tomada por Macron devido ao avanço do RN nas eleições para o Parlamento Europeu, com sede em Bruxelas.
Na ocasião, a justificativa dada por ele era para que a população decidisse qual grupo político deveria ditar os rumos do país, via a Assembleia Nacional em Paris.
O comparecimento às urnas até às 17h no horário local (meio-dia em Brasília), foi o mais alto em quase quatro décadas, com um índice de 59% do total de votantes.