Putin lista condições russas para interromper guerra na Ucrânia

Presidente da Rússia, Vladimir Putin — Foto: Maxim Shemetov/Reuters

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, listou nesta sexta-feira, 14, suas condições para encerrar a guerra iniciada com a invasão russa da Ucrânia.

Apos alegar que está “pronto para negociar”, o autocrata afirmou que estabelecerá um cessar-fogo imediato se Kiev retirar as suas tropas das quatro regiões ucranianas que foram ocupadas e anexadas por Moscou e renunciar a qualquer possibilidade de aderir à Otan.

Assim que a Ucrânia começar a retirada efetiva das [suas] tropas [das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia], e assim que notificar que abandona seus planos de ingressar na Otan, daremos imediatamente, neste mesmo minuto, a ordem de cessar-fogo e iniciaremos as negociações [de paz] — disse Putin.

Além disso, afirmou que o seu regime exige uma Ucrânia “neutra, sem bloco e sem energia nuclear”, que seria acompanhada pela desmilitarização e “desnazificação” do país.

Sem dúvida, devem ser plenamente garantidos os direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa; devem ser reconhecidos a nova realidade territorial; o status da Crimeia e de Sebastopol, e das repúblicas de Donetsk e Lugansk, e das regiões de Kherson e Zaporizhzhya como entidades da Federação Russa — acrescentou.

Putin ressaltou que todos estes compromissos devem ser cunhados em acordos internacionais, que também incluiriam “o cancelamento de todas as sanções contra a Rússia”.

Os termos indicados pelo chefe do Kremlin são semelhantes aos mencionados em outros momentos da guerra, em que houve uma tentativa de mediar o conflito e resolvê-lo por meios diplomáticos.

As autoridades ucranianas já se recusaram a aceitar depor armas ou ceder parte de seu território. A reação inicial de Kiev não foi diferente desta vez. Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, reagiu nas redes sociais:

Não há novas ‘propostas de paz’ da Rússia. A entidade Putin expressou apenas o ‘conjunto padrão do agressor’, que já foi ouvido muitas vezes. O seu conteúdo é bastante específico, altamente ofensivo ao direito internacional e fala de forma absolutamente eloquente sobre a incapacidade da atual liderança russa para avaliar adequadamente as realidades — escreveu Podolyak.

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