SC tem cenário caótico na Saúde Pública com UTIs lotadas, filas de espera e cirurgias canceladas

Pacientes lotam UPA Leste em Joinville, Santa Catarina — Foto: Marcelino Baio/NSC TV

A Saúde Pública de Santa Catarina, estado governado por Jorginho Mello (PL), vive um cenário caótico com hospitais sem leitos de UTI disponíveis, longas filas de espera e cirurgias sem data para serem realizadas. Soma-se a isso uma explosão de casos de dengue e doenças respiratórias.

Em números gerais, Santa Catarina possui 1.301 leitos ativos — entre adultos, pediátricos e neonatais. Destes, 1.201 estão ocupados e apenas 100 estão disponíveis. O número representa uma lotação de mais de 92%, conforme dados do painel do governo estadual divulgados pelo portal NSC Total na sexta-feira (5).

Além disso, a taxa de ocupação pode ser ainda maior do que a apresentada no sistema oficial. Isso porque, mesmo que os leitos estejam listados como livres no painel, eles já podem estar ocupados por outro paciente, não dando tempo para que as informações sejam atualizadas.

O cenário é ainda mais crítico nas regiões da Grande Florianópolis e da Foz do Rio Itajaí, onde a ocupação de leitos de UTI adulto na rede pública de saúde chegou a 100% de ocupação.

Também há preocupação no Planalto Norte, Norte e Vale do Itajaí, onde mais de 90% dos leitos estão lotados. No Sul, Centro-Oeste e Serra, a ocupação é de cerca de 80%.

O mesmo se repete nos leitos pediátricos do estado. Na região metropolitana da capital, além do Oeste e Sul, não há mais vagas disponíveis. No caso neonatal, no Oeste, Foz do Rio Itajaí, Planalto Norte e Norte, a ocupação é de 100%.

Em Joinville, o longo tempo de espera para atendimento no Hospital Infantil virou caso de polícia na última segunda-feira (1º). Alguns pacientes tiveram que esperar 12 horas, o que causou indignação entre os familiares e a Polícia Militar foi acionada para intervir.

A crise de saúde pública em Santa Catarina chegou a ser alvo de críticas dentro da Assembleia Legislativa do Estado (Alesc). Na quarta-feira (3),o presidente da Casa, deputado Mauro de Nadal (MDB), endossou a preocupação e deu voz ao problema.

O parlamentar falou que a “conversa está torta” quando se refere às cirurgias eletivas: “está diferente do que ele [governo do estado] está falando”.

Nadal admitiu que a Comissão de Saúde da Alesc deve chamar a secretária de Saúde do Estado para dar explicações sobre o cenário atual.

Na ocasião, em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que vem desenvolvendo diversas estratégias para a qualificação e ampliação do atendimento, seja para reduzir as filas para cirurgias eletivas ou para a recuperação física dos hospitais.

*Com informações da NSC Total.

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