Valdemar Costa Neto diz à PF que Bolsonaro o pressionou a questionar eleição no TSE
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro e deputados da legenda o pressionaram a entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionando o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Depois isso, o PL pediu a anulação dos votos computados em alguns modelos de urnas mais antigos.
A ação teve como base um relatório do Instituto Voto Legal (IVL), entidade contratada pelo partido para fazer um suposto estudo sobre a segurança do sistema de votação brasileiro.
Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, [Valdemar] respondeu que, quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e o então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE — registra o termo de depoimento do dirigente partidário.
Na época, diante da falta de fundamentação dos questionamentos, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, não só indeferiu o pedido de Valdemar como aplicou multa de R$ 22,9 milhões ao PL por litigância de má-fé.
Valdemar reafirmou ainda aos agentes da PF que nunca concordou com as declarações de Bolsonaro sobre possíveis fraudes nas urnas eletrônicas, “pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro“.