Bolsonaro reúne militância na Paulista, nega trama golpista e defende anistia para presos do 8 de janeiro

Ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato político na Avenida Paulista, em São Paulo (25/02/2024) — Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da manifestação convocada por ele em São Paulo (SP) na tarde deste domingo (25).

O ato político, financiado pelo pastor bolsonarista Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, reuniu militantes ao longo de vários quarteirões na região da Avenida Paulista.

Durante seu discurso, Bolsonaro negou participação nos preparativos para um golpe de Estado. Segundo ele, uma ruptura institucional só seria possível com “tanques na rua”.

O ex-mandatário, ex-ministros de seu governo, assessores e militares das Forças Armadas são alvos de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga uma suposta trama golpista.

Bolsonaro também defendeu anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, alegando a necessidade de “pacificação” do país.

O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneiras de vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (…) uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília [pelo 8/1] — disse o ex-presidente.

Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça em nosso Brasil — completou.

Antes de Bolsonaro, discursaram o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e Malafaia.

Também estavam no trio elétrico principal os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), além de parlamentares aliados.

Coube a Malafaia os ataques e as teorias conspiratórias

Durante seu discurso, o pastor Silas Malafaia atacou diversas vezes o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e afirmou que há uma “engenharia do mal para querer prender” Bolsonaro.

O líder religioso evangélico também criticou o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, por dizer “derrotamos o bolsonarismo”.

Em outro momento, Malafaia sugeriu, sem apresentar qualquer prova, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia dos ataques bolsonaristas de 8 de janeiro.

[Após a derrota,] Bolsonaro foi embora para a América, sem atacar ninguém, sem falar mal de ninguém. Chegamos no fatídico dia 8 de janeiro, com algo que não concordamos. Quebraram Brasília. Começou então a narrativa de golpe — disse o pastor.

Mas eu tenho algumas perguntas para fazer: primeiro, por que Lula saiu às pressas de Brasília e foi para Araraquara [a enchente em Araraquara ocorreu no dia 28 de dezembro, 10 dias antes]? Ele foi avisado de que ia ter baderna? Outra pergunta: cadê os vídeos gravados pelas câmeras do governo? Que estão em posse de Alexandre de Moraes?! O povo precisa saber quem está por trás daquela baderna, daquela safadeza — acrescentou.

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