Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga ‘Abin paralela’
A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta segunda-feira (29), uma nova fase da operação que investiga a “Abin paralela” do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos da batida policial estão o filho “02” do ex-presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), e assessores dele.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência de Carlos, na capital fluminense, em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio e na casa em Angra dos Reis onde ele está com o pai e os irmãos.
Os agentes apreenderam dois celulares e um computador do vereador.
A operação foi solicitada pela PF, avalizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação desta segunda é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na semana passada e que teve como alvo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de 2019 a 2022.
Segundo as investigações, a Abin foi usada para espionar opositores da família Bolsonaro. Políticos e até ministros do STF teriam sido vítimas do software de vigilância FirstMile durante a gestão Ramagem.
Carlos seria um dos beneficiários de informações sigilosas obtidas a partir do suposto esquema de espionagem ilegal na agência de inteligência.
Pedido de ajuda sobre inquéritos envolvendo a família Bolsonaro
Uma assessora de Carlos Bolsonaro pediu a uma auxiliar de Alexandre Ramagem dados sigilosos sobre investigações.
A informação consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes que embasou a operação deflagrada nesta manhã.
No diálogo (trecho abaixo), Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos, diz a Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, que está “precisando muito de uma ajuda” e envia dois números de inquéritos que envolvem o ex-presidente da República e três de seus filhos.
Além desse episódio, as apurações apontam que, em fevereiro de 2020, Ramagem imprimiu informações de inquéritos eleitorais da PF que tinham como alvo políticos do Rio de Janeiro — base política da família Bolsonaro.