Alabama executa prisioneiro com gás nitrogênio pela primeira vez nos EUA
O estado do Alabama, nos Estados Unidos, executou, nesta quinta-feira (25), o prisioneiro condenado por assassinato Kenneth Eugene Smith, de 58 anos, com o método de asfixia com nitrogênio.
Por volta das 23h, a governadora do estado, Kay Ivey, disse que Smith havia sido declarado morto.
Depois de mais de 30 anos e tentativa após tentativa de manipular o sistema, o Sr. Smith respondeu por seus crimes horrendos — disse Ivey.
Método
Uma máscara foi colocada sobre o rosto de Smith, e o gás que ele inalou foi nitrogênio puro, fazendo com que o homem morresse por falta de oxigênio. Esta foi a primeira vez que o método foi utilizado nos EUA.
Em 2022, tentaram executá-lo com injeção letal, mas não conseguiram encontrar uma veia que pudesse servir como via intravenosa para o veneno, e por isso desistiram.
Histórico de Smith
Kenneth Eugene Smith foi um dos três homens condenados pelo assassinato a facadas de Elizabeth Dorlene Sennett, de 45 anos, cujo marido, um pastor chamado Charles Sennett, foi o mandante do crime ocorrido em março de 1988 no condado de Colbert, no estado do Alabama.
De acordo com documentos judiciais, Sennett, mãe de dois filhos, foi apunhalada 10 vezes por Smith e um outro envolvido.
O marido planejou o assassinato em parte para cobrar uma apólice de seguro que havia feito para sua esposa, de acordo com os autos do tribunal. Ele havia prometido aos executores do crime US$ 1 mil (R$ 4.920) a cada um pelo assassinato.
Smith foi condenado em 1996.
No julgamento, 11 dos 12 jurados votaram para poupar sua vida e sentenciá-lo à prisão perpétua, mas o juiz do caso, N. Pride Tompkins, decidiu anular o resultado, condenando-o à morte.
Em 2017, o Alabama parou de permitir que juízes anulassem júris de pena de morte dessa forma, e tais decisões não são mais permitidas em nenhum lugar dos Estados Unidos.
Smith, que tinha 22 anos na época do crime, disse não acreditar que seja justo que o juiz anule o veredicto do júri em seu caso.
Em um comunicado, a governadora Ivey disse que, embora o estado tenha feito uma mudança “necessária” para proibir os juízes de anular as decisões dos jurados, os legisladores optaram por não tornar a lei retroativa para honrar sentenças que já haviam sido proferidas e as famílias das vítimas que dependiam delas para obter justiça.
Sennett, marido da vítima e mandante do crime, cometeu suicídio logo após o assassinato de sua esposa.
Um dos outros homens envolvidos no assassinato, John Forrest Parker, foi executado por injeção letal em 2010, e outro, Billy Gray Williams, foi condenado à prisão perpétua e morreu atrás das grades em 2020.