Pela segunda vez, Chile rejeita nova Constituição em referendo
Em referendo realizado neste domingo (17), a população do Chile rejeitou a nova proposta de Constituição do país apresentada pela direita. Com 90% dos votos apurados, 56% votaram contra e 44% a favor da nova Carta Magna. A participação era obrigatória.
Foi a segunda vez que o Chile passou por uma consulta do tipo para tentar substituir a Constituição de 1981, outorgada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Em setembro de 2022, os chilenos rechaçaram a proposta da esquerda, que previa a instalação de um Estado plurinacional, justiça indígena — rompendo com a unidade nacional —, paridade de gênero e uma extensa lista de regras ambientais contra as mudanças climáticas. O texto, considerado “radical”, foi rejeitado por 63% a 37%.
Uma das críticas à Carta Magna votada hoje, apontada como “excessivamente conservadora”, é a manutenção de princípios da Constituição de Pinochet, que passou por diversas reformulações desde que foi promulgada.
Para especialistas, manter a Constituição vigente é uma “vitória com sabor de derrota” para a esquerda e para o presidente Gabriel Boric.
No final de novembro, partidos da base governista afirmaram que não promoveriam um terceiro processo constitucional em caso de rejeição popular desta última.