Mulher de líder do CV no AM participou de reuniões no Ministério da Justiça

Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, líder da facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas, participou de duas audiências com integrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública no primeiro semestre deste ano.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a publicação, Luciane, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, esteve na sede do ministério no dia 19 de março, para audiências com Elias Vaz, secretário nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, e no dia 2 de maio, quando se reuniu com Rafael Velasco Brandani (foto), titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Em seu perfil no Instagram, Luciane disse ter levado a Velasco “denúncias de revistas vexatórias” no sistema prisional amazonense e apresentado um “dossiê” sobre violações de direitos fundamentais e humanos cometidas nas prisões do estado.

Luciane também se reuniu com a diretora da Ouvidoria Nacional de Serviços Penais (Onasp), Paula Cristina da Silva Godoy, e com Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen.

Casados há 11 anos, Luciane e Clemilson foram condenados na segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para tráfico e organização criminosa.

Sentenciada a dez anos de prisão, a “dama do tráfico amazonense” responde em liberdade. Já “Tio Patinhas” cumpre pena de 31 anos.

O Ministério Público do Amazonas diz que ela “exercia papel fundamental também na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas’.”

Em nota, o Ministério da Justiça disse que a “cidadã mencionada”, referindo-se a Luciane, não foi a requerente das audiências e que era “impossível a detecção” de sua situação. A pasta acrescenta que as reuniões foram solicitadas por uma entidade de advogados.

Leia a íntegra do comunicado do Ministério da Justiça:

No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.

A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

Por não se tratar de assunto da pasta, a ANACRIM, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A agenda na Senappen e da ANACRIM aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da ANACRIM.

Não houve qualquer outro andamento do tema.

Sobre atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidade de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota.

Todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais.

Você pode gostar...