‘Nenhuma força estrangeira manda na PF’, diz Dino após Israel citar ajuda do Mossad em operação

Ministro da Justiça, Flávio Dino — Foto: Folhapress

Após o governo de Israel informar que seu serviço secreto, o Mossad, ajudou a prender dois terroristas ligados ao Hezbollah no Brasil, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (foto), afirmou, nesta quinta-feira, 9, que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal (PF)”.

Dino argumentou ainda que nenhum representante de um governo estrangeiro pode “pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”.

As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional — disse o ministro.

O chefe da pasta da Justiça rechaçou o uso político das investigações:

Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos — acrescentou.

Veja a declaração completa do ministro Flávio Dino:

1. O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.

2. Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento;

3. Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário;

4. Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas;

5. A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa;

6. As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional;

7. Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos;

8. Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras

Acima, primeiro tweet da sequência publicada pelo ministro Flávio Dino.

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