Primeiro-ministro de Portugal renuncia após ser alvo de operação policial

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O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, do Partido Socialista, renunciou nesta terça-feira (7) após sua residência oficial ser alvo de uma operação de busca e apreensão.

Estou disponível para colaborar com a Justiça. Não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer de qualquer ato censurado — disse ele.

A ação policial na manhã de hoje faz parte de uma investigação sobre o escândalo de corrupção ligado à exploração de lítio e hidrogênio verde em Portugal.

Mais cedo, a Procuradoria-geral do país havia dito que Costa, que está em seu terceiro mandato à frente do governo português, é um dos investigados no caso. Segundo os procuradores, o premiê interveio para desbloquear operações suspeitas.

A decisão de Costa foi apresentada ao presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que convocou o Conselho de Estado para tratar do assunto.

Sousa é o chefe de Estado do país e cabe a ele decidir sobre a demissão de Costa e a convocação ou não de novas eleições.

O chefe de gabinete de Costa foi um dos cinco presos durante a operação. Vários prédios governamentais, incluindo ministérios, foram revistados.

Entenda o caso

O Ministério Público de Portugal investiga um escândalo de corrupção e tráfico de influência nas concessões de exploração de lítio no norte do país, em um projeto de criação de uma central de hidrogênio no porto de Sines e no investimento em um data center na região.

A suspeita é que tenham sido cometidos crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de políticos e tráfico de influência, afirmou o MP português em nota.

Os procuradores dizem que tomaram conhecimento, ao longo das investigações, de que os suspeitos usaram o nome e a autoridade de Costa para “destravar procedimentos” relacionados aos negócios sob suspeita.

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