Abin de Bolsonaro rastreou ilegalmente celulares de adversários, diz PF

Viatura da Polícia Federal (PF) em frente à sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em Brasília — Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) identificou que o sistema FirstMile, utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), realizou 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os servidores que teriam feito o uso irregular da ferramenta foram presos pela Polícia Federal (PF) durante operação na manhã desta sexta-feira (20).

Segundo as investigações, entre 2019 e 2021, eles usaram o software para rastrear celulares de adversários de Bolsonaro sem autorização judicial.

A lista dos monitorados inclui servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até juízes e membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na época em que as condutas irregulares teriam sido realizadas, a Abin era chefiada pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Ao todo, a PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal.

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A investigação começou em março como parte do inquérito das fake news. Os detalhes são mantidos em sigilo.

Em nota após a operação, a Abin informou que instaurou procedimento para apurar o assunto, que todos os pedidos da PF e do STF foram integralmente atendidos e que colaborou com as investigações desde o início.

Segundo a agência, o software de rastreamento deixou de ser usado em maio de 2021.

Há suspeitas de que o Exército também possa estar utilizando a ferramenta.

Existem denúncias e suspeitas sendo apuradas em outras investigações sobre o uso desse mesmo sistema de rastreamento — por outras pessoas de fora da Abin — também nas eleições de 2022.

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