Greve contra privatizações paralisa linhas do Metrô e da CPTM em São Paulo
A greve de trabalhadores do sistema de transporte sobre trilhos de São Paulo afeta, nesta terça-feira (3), o início da operação de quatro linhas do Metrô e cinco da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A paralisação, organizada em conjunto com servidores da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), tem como objetivo protestar contra o plano de privatização das empresas pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O que parou
As linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata do Metrô estão paralisadas. Na CPTM, todas as linhas administradas pelo serviço público pararam.
Às 5h, a linha 11-coral foi aberta, com circulação restrita entre as estações Itaquera e Luz, onde há conexão com a linha 4-amarela, que opera normalmente.
As linhas 4-amarela e 5-liás de metrô, assim como as linhas 8-diamante e 9-esmeralda, devem seguir operando nesta terça-feira — as quatro são administradas por empresas concessionárias do grupo CCR.
Decisões na Justiça do Trabalho determinaram, na semana passada, que tanto o Metrô quanto a CPTM funcionem com capacidade total nos horários de pico. Nos demais horários, os funcionários devem garantir 80% do efetivo de funcionários.
Os funcionários pediram na Justiça o direito de substituir a paralisação por um protesto com catracas livres, uma reivindicação histórica da categoria.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) recusou essa possibilidade. A juíza Raquel Gabbai de Oliveira, que julgou a ação sobre a greve na CPTM, aceitou o argumento da companhia de que liberar as catracas poderia provocar tumulto e risco de acidentes.
A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos na cidade de São Paulo, nesta terça. Nas escolas estaduais da capital e na região metropolitana, as aulas foram suspensas, mas as atividades seguem mantidas na rede municipal paulistana.
O governo paulista anunciou que serviços públicos estaduais de saúde terão ponto facultativo.
Esta será a segunda greve no Metrô em 2023. A última ocorreu em março, quando metroviários fizeram uma paralisação de dois dias. Na ocasião, eles pediam reajustes salariais e melhoria das condições de trabalho.