Lula volta à ONU com discurso sobre desigualdade e críticas ao Conselho de Segurança

Presidente Lula durante discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU — Foto: Timothy A. Clary/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (19) com um discurso focado em desigualdades e no retorno da reivindicação histórica do Itamaraty por uma reforma no Conselho de Segurança.

O petista voltou ao principal palco internacional após mais de dez anos e sob a promessa de recuperar a orientação internacionalista da diplomacia brasileira após quatro anos de isolamento, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL)

Com um discurso repleto de referências indiretas ao adversário político, presidente foi amplamente aplaudido por estabelecer diferenças com seu antecessor.

Lula iniciou o discurso prestando condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das enchentes na Líbia e no Rio Grande do Sul. Em seguida, o mandatário falou sobre a crise climática.

O presidente voltou a apontar que os países mais ricos se desenvolveram com base em um modelo poluente, mas que os países emergentes não querem repetir esse modelo.

Aplaudido ao repetir que “o Brasil está de volta”, Lula disse que estava ali porque a democracia venceu no país.

A comunidade internacional está mergulhada em um turbilhão de crises múltiplas e simultâneas. A pandemia da Covid-19, a crise climática e a insegurança militar e energética ampliada por crescentes tensões geopolíticas.

Sobre a guerra na Ucrânia, o presidente brasileiro disse:

A guerra na Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaços para negociações. Investe-se muito em armamento e pouco em desenvolvimento.

Lula apontou a paralisia do Conselho de Segurança, instância máxima da ONU, como um dos motivos para a reforma da instituição. Para ele, o órgão precisa ser mais representativo e efetivo.

O presidente encerrou seu discurso pedindo aos Estados-membros que se indignem com a desigualdade e trabalhem para superá-la. Lula foi aplaudido, assim como em vários outros momentos do discurso.

Na bancada reservada ao Brasil estavam os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e o embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese. A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, Janja, acompanhou a comitiva.

Assista à íntegra do discurso de Lula na 78ª Assembleia Geral da ONU:

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