Advogado que trocou ‘O Príncipe’ por ‘O Pequeno Príncipe’ foi condenado por bater na mãe e na irmã

Advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior durante julgamento de réus pelo 8 de janeiro — Foto: Reprodução/Rádio e TV Justiça

(Estadão Conteúdo) — O advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior, que foi repreendido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (14), e confundiu a obra infantil O Pequeno Príncipe com O Príncipe, de Maquiavel, na defesa de um dos acusados dos ataques do 8 de Janeiro, recorre de uma condenação por violência doméstica.

Há quatro anos, em julho de 2019, ele foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Votuporanga, no interior de São Paulo, pelo crime de lesão corporal contra a mãe e a irmã.

Na denúncia, ofertada em 2016, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) diz que durante uma discussão com a mãe, Kattwinkel “ficou muito nervoso e acabou por agredi-la, tendo chutado a mãe pelas costas, derrubando-a ao chão“. A irmã interveio tentando apartar os dois, mas também foi agredida.

Hery partiu em direção à irmã, derrubou-a no chão, sentou sobre as costas dela e passou a agredi-la, golpeando a cabeça dela contra o chão, desferindo-lhe socos e tentando sufocá-la“, afirmou o MP. Em seguida, o advogado fugiu do local com o celular da irmã, segundo a denúncia.

Como a pena foi de três meses e Hery é primário, o juiz de primeira instância concedeu a suspensão condicional do processo — benefício no qual o réu precisa cumprir algumas restrições mais brandas por dois anos e o caso é arquivado. A determinação foi Kattwinkel ir a cada três meses ao fórum prestar contas do que estava fazendo.

Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Kattwinkel disse que o episódio se refere a “divergências familiares que já foram superadas“. “Hoje convivo muito bem com minha família.” Ele também negou as agressões e disse que o que ocorreu foi um “desentendimento familiar”, enviando uma foto sua abraçado com a mãe à reportagem.

O advogado está recorrendo da condenação. O caso foi para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2022, onde aguarda decisão.

Por Estadão Conteúdo

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