Moraes vota pela condenação do 1º réu do 8 de janeiro a 17 anos de prisão

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal — Foto: SCO/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta quarta-feira (13), para condenar Aécio Lucio Costa Pereira, o primeiro réu acusado de participar dos atos de 8 de janeiro a ser julgado pela Corte.

Para o magistrado, ficou comprovado que o bolsonarista colaborou para a ação criminosa nos ataques que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Aécio Lucio Costa Pereira durante invasão ao plenário do Senado Federal, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023 — Foto: Redes sociais

Moraes é o relator das ações e investigações sobre o 8 de janeiro na Corte. Ele votou para condenar Aécio Pereira pelos crimes de:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
  • Deterioração de patrimônio tombado;
  • Associação criminosa armada.

O ministro propôs a fixação da pena em 17 anos, dos quais 15 anos e seis meses de prisão cumpridos em regime inicialmente fechado e, posteriormente, um ano e seis meses de detenção em regime aberto.

Aécio Pereira ainda não foi condenado. Depois de Moraes, os outros 10 ministros ainda vão votar.

Voto de Moraes durante o julgamento

No início de sua fala, o ministro reforçou a gravidade dos ataques, que culminaram na invasão das sedes dos três poderes, em Brasília. Segundo Moraes, o “negacionismo obscuro” faz com que envolvidos e advogados tentem minimizar os atos golpistas.

Moraes afirmou ainda que não há liberdade de expressão que permita atentar contra a democracia.

O ministro também defendeu a competência do Supremo para julgar a ação e disse que o plenário já tem 1.345 acórdãos reconhecendo a competência da Corte para o processamento e julgamento desta questão. 

Após um recesso entre 12h30 e 14h30, o ministro passou a analisar o mérito das acusações. Moraes mostrou que os crimes de 8 de janeiro são multitudinários, também conhecidos como crime de multidão. 

Ou seja, são cometidos por um grupo em que cada pessoa vai influenciando a outra. Neste contexto, segundo o ministro, não é preciso descrever cada conduta individual.

Exibição de fotos e vídeos

Em um movimento inédito para uma ação penal no STF, Moraes exibiu fotos e vídeos da invasão ao prédio da Corte e do Congresso durante a leitura de seu voto. O instrumento já foi acionado antes, mas em outros tipos de processos no Supremo.

Enquanto as imagens eram transmitidas, o ministro reforçou que se tratou de atos atentatórios à democracia comandada por uma “turba de golpistas”. As imagens foram transmitidas pela TV Justiça ao longo da sessão.

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